Recentes casos de meningite no Piauí têm chamado a atenção da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) para a relação da doença com as viroses causadas pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o órgão, a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal já atingiu 18 pessoas somente este ano no estado.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, explicou que a doença é contagiosa, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos entre outros agentes infecciosos. No entanto, no momento do surto de viroses (como zika, dengue, chikungunya e até mesmo uma gripe) é perceptível um aumento considerável de casos de meningite.
"Um dos fatores etiológicos causadores desta doença são os vírus. Qualquer tipo de virose pode evoluir para uma meningite, basta a pessoa ter contato com a saliva ou via respiratória de alguém infectado. Por isso, a incidência da doença costuma aumentar nos meses do período chuvoso e com aglomeração de pessoas. Tosse, espirro, beijo e compartilhamento de itens pessoais podem transmitir meningite", acrescentou.
Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, vômito, febre e perda do nível de consciência, podendo levar até mesmo ao coma. Nem sempre há rigidez na nuca e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça, só um médico pode avaliar o quadro corretamente.
"O diagnóstico padrão ouro ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus. Em muitos casos, não conseguimos classificar o tipo de infecção porque o paciente vem tomando antibiótico algum tempo e o remédio mascara a doença", destacou Amélia Costa.