O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) manteve o indiciamento do policial militar José da Cruz Bernardes Filho pela morte da menina Débora Vitória, de 6 anos. O caso aconteceu em novembro do ano passado no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina, após o policial reagir a um assalto e trocar tiros com o criminoso.
O PM havia sido indiciado por homicídio qualificado em dezembro, entretanto, a pedido do Ministério Público do Piauí (MP-PI), foi realizada uma reconstituição simulada a fim de colher mais informações sobre a dinâmica do crime e confirmar se o tiro que matou a criança partiu da arma do policial.
Além da reconstituição, para manter o indiciamento de José da Cruz, o DHPP utilizou-se de uma acareação realizada entre a mãe de Débora Vitória, o PM e Clemilson da Conceição Rodrigues, suspeito de ter cometido o assalto em que a menina morreu baleada.
O inquérito policial foi encaminhado novamente à Justiça na última sexta-feira (5). O policial permanece solto.
“Desde o início ele colaborou com as investigações. Por isso, eu não vejo motivo para a prisão preventiva dele”, declarou a delegada Nathália Figueiredo.
Entenda o caso
Débora Vitória, de 6 anos, morreu no dia 11 de novembro do ano passado ao ser atingida com um tiro após um policial militar reagir ao assalto, no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina. A mãe da garota, Dayane Gomes, também foi atingida.
Dayane e Débora foram abordadas por Clemilson da Conceição Rodrigues, que anunciou o assalto. O PM, que segundo Dayane estaria bebendo em um bar próximo ao local, reagiu ao visualizar o assalto. O tiro que atingiu a criança partiu da arma do policial, segundo a polícia.
A delegada Nathália Figueiredo explicou que o projétil atingiu o braço esquerdo de Débora Vitória, passou pela região do tórax e ficou alojado no braço direito. Segundo ela, foi verificado que o revestimento do projétil era compatível com a arma apresentada pelo PM e, partir disso, foi constatado que o tiro que matou a menina foi disparado pelo policial que reagiu ao assalto.
Para a delegada, tratou-se de dolo eventual, quando não há vontade/intenção de se praticar um determinado ato, mas a pessoa assume o risco.
Em depoimento, o policial militar que reagiu ao assalto afirmou em depoimento que o assaltante atirou primeiro. Segundo o advogado Otoniel Bisneto, o policial militar estava na calçada de casa, quando viu os assaltantes abordando mãe e filha. Conforme a defesa, para defender a criança o PM efetuou um disparo contra um dos assaltantes, que foi baleado na perna.
Já Clemilson da Conceição Rodrigues foi indiciado por tentativa de latrocínio. A delegada Nathalia Figueiredo afirmou que Clemilson efetuou o disparo que atingiu a manicure Dayane Gomes, mãe da garota, durante a ação criminosa.