A perícia do Instituto de Criminalística confirmou que o carro envolvido no acidente que matou arquiteto João Vitor Oliveira Campos Sales estava a 211 km/h. O caso ocorreu na madrugada do dia 1º de julho de 2019, na Avenida Raul Lopes, Zona Leste de Teresina.
O veículo em que estava o arquiteto e o empresário Junno Pinheiro capotou e em seguida colidiu com uma banca de revistas na avenida, debaixo da Ponte Estaiada.
A análise das imagens das câmeras de segurança foi feita pelos peritos criminais Rawlinson Medeiros Ibiapina e Alexandre Citó Lopes. A perícia concluiu que os três veículos, registrados momentos antes do acidente, estavam em velocidade média aproximada de 211,1 km/h, 108,1 km/h e 90,5 km/h.
"Não foi possível determinar somente através do vídeo citado se os veículos estariam ou não envolvidos em algum tipo de competição", concluíram peritos.
O inquérito do caso foi concluído pela Delegacia de Repressão aos Acidentes de Trânsito. O juiz Antônio Nolleto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado e tornou réu o empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa (motorista do carro em que estava João Vitor) e Walber Anderson Portela Mendonça (que estava no segundo carro). Eles foram acusados de homicídio doloso.
O processo contra os acusados está na fase de instrução. O Ministério Público também pediu a suspensão da habilitação dos envolvidos, mas o pedido foi indeferido.
O g1 não conseguiu localizar as defesas de Junno Pinheiro e Walber Anderson.
Ação é crime
O ato de "participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada" é crime de trânsito previsto no artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro.
A pena prevista é de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão, ou proibição de se obter a permissão, ou a habilitação para dirigir. A pena pode aumentar, variando de 5 a 10 anos, caso resulte em morte.
Quem dirigia o veículo, segundo a polícia, era o empresário Junno Pinheiro. Seu primo, o arquiteto João Vitor Campos, morreu no local, no instante da colisão do veículo com uma banca de revistas que ficava sob a Ponte Estaiada e ficou completamente destruída, assim como o carro.
A Polícia Civil informou que Junno foi resgatado no momento do acidente consciente e gritando muito, de acordo com relato dos bombeiros.