BEIRUTE - O militante britânico do Estado Islâmico conhecido como “Jihadi John” teve sua identidade revelada. O londrino Mohammed Emwazi, que tem em volta de 26 anos, foi responsável pelas mortes filmadas de vários reféns do grupo, como o jornalista americano James Foley e o agente humanitário inglês David Haines. Ele era vigiado por autoridades desde 2009 por conta de indícios de aproximação com o extremismo.
De acordo com pessoas próximas procuradas pelo “Washington Post”, ele nasceu no Kuwait, tem família de boa condição financeira, é formado em ciências de computação na Universidade de Westminster e está na Síria desde 2012, após ser deportado da Tanzânia em 2010 quando supostamente faria um safári no país africano.
A primeira aparição de Emwazi em um vídeo foi quando ele aparentemente decapitou o jornalista americano James Foley, sequestrado dois anos antes. Outras supostas vítimas de Jihadi John — cujo apelido teria sido dado por reféns que percebiam seu sotaque britânico — seriam o também jornalista americano Steven Sotloff, os agentes humanitários David Haines e Abdul-Rahman (Peter) Kassig e o taxista britânico Alan Henning.
Desconfia-se que Emwazi tenha sido responsável ainda pelas mortes dos reféns japoneses Haruna Yakawa e Kenji Goto. No entanto, como as mensagens que anunciam a morte de ambos não possuem vídeos, não é possível confirmar.
A autenticidade dos vídeos em que Emwazi nunca foi comprovada, apesar de autoridades de segurança terem assumido que o carrasco é realmente é a mesma pessoa. Ele só aparece coberto nos vídeos da execuções.
A antiga casa de Emwazi foi revistada pela polícia londrina nesta quinta-feira, temendo retaliações e colhendo possíveis provas.
Policial passa por antiga casa de Emwazi, em Londres: autoridades temem possíveis ações contra o governo - STEFAN WERMUTH / REUTERS
Emwazi foi deportado pela Tanzânia em 2009, quando foi o país supostamente para fazer um safári. Ele alegou que desconfiavam de que ele fosse lutar ao lado do grupo radical al-Shaabab, na Somália, o que ele negou.
Emwazi chegou a ser interrogado pelas autoridades britânicas e fazia parte de uma lista de vigilância de contraterrorismo, segundo o "The Independent" e a BBC. Ele também era vigiado pelo MI-5 desde 2011 por ser ligado a uma rede de 13 pessoas de Londres que iriam à Síria.
De acordo com parentes e amigos ouvidos pelo “Washington Post”, a voz do terrorista nas mensagens sem dúvida é a de Emwazi.