O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva, escolheram como ponto de largada da corrida eleitoral, neste domingo, a segunda maior favela do Brasil. A 35 quilômetros do Palácio do Planalto, a favela Sol Nascente, em Ceilândia, recebeu o primeiro ato oficial de campanha da dupla. Em pouco mais de uma hora, os dois fizeram um corpo a corpo com moradores, conversaram com comerciantes e exaltaram os problemas da região: “Aqui vivem milhares de brasileiros que estão bem perto de onde está a presidente, que prometeu mudar o Brasil. Mas o que temos é a inflação voltando por causa de um governo que jogou o Brasil no caminho errado”, disse Campos ao microfone. A escolha da periferia de Brasília faz parte de uma estratégia dos candidatos – a de mostrar o que chamam de “Brasil real”. Campos de Marina têm como mote de campanha mostrar a diferença entre a Brasília dos gabinetes oficiais – que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país – com seu entorno, onde problemas urbanos, especialmente ligados à violência e à falta de saneamento básico, fazem parte da realidade dos moradores. A Sol Nascente só perde em número de moradores para a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro: 56.400 habitantes ante 69.100 da favela carioca. Acompanharam a dupla o candidato ao Senado José Reguffe (PDT-DF) e o candidato ao governo do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg, a quem coube a missão de apresentar Campos à população. “Ele foi o mais bem avaliado governador do Brasil. No governo dele, foi premiado por reduzir sistematicamente todos os índices de violência”, disse. Ex-governador de Pernambuco, Campos é desconhecido por 25% dos eleitores, segundo pesquisa Ibope. Ele conta com 9% das intenções de voto, de acordo com levantamento Datafolha da ultima quinta-feira. Embora Campos e Marina tenham escolhido caminhar lado a lado na primeira agenda oficial da campanha, o partido vai apostar em “dois candidatos”. A ideia é que eles apareçam juntos apenas quando não houver pontos de desacordo entre eles, como as percebidas em relação às coligações em São Paulo e Paraná, onde o PSB firmou aliança com o PSDB, ou quando houver a necessidade de combinar as qualidades eleitorais dos dois. Dando continuidade ao roteiro pela periferia, a dupla visitará Águas Lindas de Goiás, região a 50 quilômetros do centro de Brasília conhecida pelo alto índice de violência. Enquanto o pernambucano deve se concentrar em visitas a sua região de origem, o Nordeste, Marina deve se dedicar a locais onde conquistou numero relevante de votos em 2010, quando disputou o Planalto, caso do Rio de Janeiro. A vice de Campos também pretende firmar presença junto à classe D e aos evangélicos. Para ganhar espaço no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, o PSB vai apostar na criação de 40 comitês espalhados pelo interior paulista. Além disso, o QG da campanha ficará sediado na capital paulista.