A greve dos caminhoneiros chegou ao 10º dia no Piauí nesta quarta-feira (30) e um dos pontos interditados desde o início da greve, na BR-135 em Bom Jesus, foi liberado por volta das 5h. Com a liberação de rodovias e o desbloqueio do terminal de petróleo em Teresina, o abastecimento de alimentos e combustível começa a normalizar no estado.
Preço da gasolina subiu nos postos após greve dos caminhoneiros (Foto: Lucas Marreiros/G1 PI)
A PRF informou que o ponto foi liberado totalmente na manhã de hoje, no trecho do KM 351 na rodovia. Já em Teresina e em Picos, na BR-316, e em Floriano, na BR-230, além da rodovia estadual PI-247 em Uruçuí, os protestos continuam.
“Continuamos com nosso ato pacífico em Teresina, sem interdição total da rodovia e esperando uma negociação com o governo federal que atenda nossos pedidos. Não queremos apenas redução do diesel, é também pela diminuição do preço do gás, da gasolina, do etanol. Não é uma luta dos caminhoneiros, mas de todos os cidadãos brasileiros, nós só tomamos a frente”, declarou o caminhoneiro Edivan Ferreiram, porta voz do protesto na capital.
Em Bom Jesus, a dispersão aconteceu mesmo sem acordo. “Acho que é o começo do fim do movimento, ontem já não havia bloqueio na rodovia e hoje a situação foi resolvida”, afirmou Antônio Carlos, morador de Bom Jesus que prestava auxílio aos caminhoneiros em protesto.
Postos
Na capital, os postos de combustíveis já estão de 40 a 50% abastecidos, segundo o Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis. No interior, contudo, o percentual é menor. Alexandre Valença, presidente do sindicato, informou que outro problema pode acontecer: a falta de gasolina ou aumento excessivo do preço pela ausência de álcool anidro nas distribuidoras.
"A gasolina que usamos é uma mistura de gasolina com álcool anidro, que é mais barato e reduz o custo do combustível. Mas o que está acontecendo é que esse álcool está acabando no terminal, porque a gasolina vem de trem, mas o álcool vem de São Paulo e Goiás pelas rodovias, que estão interditadas", explicou.
Ainda não há previsão para a situação normalizar, já que agora as distribuidoras estão repassando o combustível de forma racionada ou com valor mais alto, devido à escassez do anidro.
Ceasa
O abastecimento de alimentos na Ceasa, segundo o diretor de mercado Marcos Massaranduba, chegou a 25% nesta quarta-feira (30). Nos piores dias da greve, apenas 10% da carga prevista chegou ao local. Alguns produtos continuam em falta, como batata. Hoje, já há banana e ovos, que haviam acabado.
"Estamos animados, está voltando ao normal aos poucos. Deve demorar um pouco para normalizar, mas as pessoas já começam a abastecer seus carros e caminhões para vir para cá. O movimento está melhorando e os produtos chegando. A alta do preço ainda continua, é algo que vai demorar mais para estabilizar", declarou.
Correios
O volume de entregas de encomendas realizadas pelos Correios também foi afetado pela paralisação dos caminhoneiros. De acordo com a empresa, na segunda-feira (28), a entrega foi 45% menor em relação a um dia normal. Os serviços com dia e hora marcados (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária) estão temporariamente suspensos até o encerramento do movimento.
Já os demais serviços de encomendas como o Sedex convencional e o PAC tiveram apenas o prazo de entrega ampliado. O atendimento nas agências dos Correios é realizado de maneira regular e a empresa continua recebendo as postagens normalmente.
Segundo os Correios, ainda não é possível mensurar o tempo necessário para a regularização das entregas dos objetos em trânsito, pois os prazos dependerão do período que durar a greve dos caminhoneiros.
Aulas
As aulas da rede pública municipal e estadual de ensino infantil e médio não foram suspensas. Já as instituições de ensino superior suspenderam as aulas na terça-feira (29).
Nesta quarta-feira (30), a Universidade Estadual do Piauí informou que retornou às atividades normais em todos os campi. A Universidade Federal do Piauí suspendeu em alguns campi, como em Teresina, o funcionamento até o dia 4 de junho, em outros não houve suspensão das atividades. O Instituto Federal do Piauí suspendeu as aulas apenas em alguns locais, mas na capital não houve suspensão.