Logo nas primeiras horas deste domingo (12), o adro da Igreja São Benedito foi palco de um ato de fé, compaixão e muita alegria. Às 7h foi aberta a 21ª Caminha da Fraternidade, evento realizado pela Arquidiocese de Teresina e a Ação Social Arquidiocesana (ASA) que marca o calendário de festividades religiosas. Neste ano, o tema abordado foi “Mãe Terra: Nossa casa, nossa causa”. Segundo a Polícia Militar mais de 95 mil fiéis participaram da caminhada.
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Após a missa, uma multidão seguiu pela Avenida Frei Serafim. Eram adultos, jovens, crianças e idosos. Famílias inteiras unidas e grupos organizados em prol de uma causa que beneficia trabalhos voltados a pessoas em situação de vulnerabilidade social, com problemas de saúde, idosos, crianças e adolescentes que tanto precisam de atenção.
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Confira a galeria de fotos da 21ª Caminhada da Fraternidade, em Teresina
“Além da preparação que já começou no mês de abril, fazemos agora o momento de partida com a Santa Missa como sinal de que buscamos em Deus a força para caminhar e para servir. Caminhamos pelas principais avenidas de Teresina com o intuito de levantar a bandeira da fraternidade e da solidariedade”, disse Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito.
O tema deste ano dialoga com a Campanha da Fraternidade – “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”. Para Dom Jacinto essa é uma missão que vem para despertar o compromisso do povo para fazer com que ninguém fique às margens.
“Quando nós temos gestos concretos de fraternidade, normalmente outras pessoas se unem e se motivam. Não faremos tudo, mas estamos dando um sinal para despertar que ninguém fique de braços cruzados e se sensibilize diante das necessidades dos irmãos”, falou Dom Jacinto.
Famílias caminham unidas
Durante este domingo, era comum ver famílias inteiras caminhando alegremente pelas avenidas Frei Serafim e Nossa Senhora de Fátima. Uma destas famílias, preocupadas em ajudar o próximo e sensíveis às causas da Caminha da Fraternidade, era a de Sara Mota. Sua mãe, Graça Mota, alcançou neste ano 100 anos de idade. Deste século vivido arduamente, boa parte dele foi dedicado amor ao próximo.
Mesmo em cadeira de rodas, dona Graça lá estava presente. Já são 21 edições acompanhando o ato. Na manhã deste dia 12 de junho, ela pegou o terço e bandeira do Brasil e seguiu, ao lado da filha e do genro, os mais de 95 mil fiéis.
“Nunca senti uma dor sequer. Estou achando tudo muito bonito, mesmo com o calor. Eu só peço a Deus que me ajude e ajude aos próximos”, disse a idosa ao se refrescar com água e iogurte, ao longo da caminhada.
A filha de dona Graça, Sara Mota, conta que participar do evento faz parte da história da família. “É tradição participar da Caminhada da Fraternidade. Vai muito além de ajudar, é momento de muita confraternização”, falou ao lado da mãe.
Pela primeira vez na Caminha da Fraternidade, João de Holanda aceitou o convite da esposa Zilda Maria, que nunca faltou a uma edição sequer do evento. A emoção foi inevitável. “É uma alegria tão grande em poder participar com toda a família que está presente”, descreveu.
Rejane Melo e Maria Melo, mãe e filha, repetem o ato desde a primeira edição. “Todo ano é uma emoção diferente. É na Caminhada da Fraternidade que nós renovamos nossa fé, amor e compaixão”, disse Maria.
Paróquias levam jovens
A 21ª Caminha da Fraternidade foi marcada pela participação de um público bem eclético. Chamava atenção os grupos das mais diversas paróquias da capital. Devidamente organizados, eles levavam mensagens de amor ao próximo, paz, fraternidade e igualdade.
“Eu sou Kairós e vim aqui para representar”, cantava um destes grupos, o da Paróquia Santo Inácio, do Povoado Soinho, Zona Rural de Teresina. “Somos mais de 100 jovens unidos e trouxemos paródias que remetem ao tema da caminhada. Estamos preocupados com o nosso meio ambiente e precisamos cuidar dele para deixar um mundo melhor para quem vir”, disse Maria Fernanda Castelo Branco, de 15 anos.
Para o padre Tony Batista, um dos organizadores da Caminhada e presidente da Ação Social Arquidiocesana (ASA), ver a multidão participando representa uma felicidade que não se mensura. Ele destacou a forte presença de grupos de paróquias que levaram os jovens para a festa do bem.
“É uma alegria que não dar para descrever. Estou escandalosamente feliz pela resposta e confiança do nosso povo. A caminhada, a cada ano que passa, fica mais jovem. Além dos cadeirantes e idosos, temos gente de todas as idades participando deste evento que mostra a fé e religiosidade do nosso povo”, disse o padre Tony Batista.
Até o destino final, no Balão da Universidade Federal do Piauí, Zona Leste de Teresina, foram 6 km percorridos pela multidão, ao som de muita música.
A iniciativa beneficia entidades como o Lar da Fraternidade, Lar de Misericórdia, Fundação Maria Carvalho Santos, Associação Divina Providência, Casa São José, Casa Frederico Ozanan, paróquias da capital, dentre outras instituições.
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