Marco Rubio. Senador republicano da Flórida apresentou uma lista de 23 nomes do governo Maduro sujei
Imagem: ReutersClique para ampliarMarco Rubio. Senador republicano da Flórida apresentou uma lista de 23 nomes do governo Maduro sujeiA subscretária de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, afirmou ontem que a imposição de sanções à Venezuela, aprovada na noite de quarta-feira pela Câmara dos Representantes, pode ser contraproducente. A Casa Branca e a diplomacia americana não acreditam que este é o melhor momento para punição. O temor é o de que o presidente Nicolás Maduro se retire das já lentas negociações com a oposição, conduzidas pela União das Nações Sul-americanas (Unasul), apelando à retórica de que os EUA articulam um golpe de Estado na Venezuela.
O texto que saiu da Câmara, que tem validade de dois anos e foi patrocinado por 23 deputados, ao menos tem um dispositivo que permite a suspensão das sanções, se o presidente Barack Obama julgar que há evolução positiva do quadro venezuelano ou risco à segurança nacional. saiba mais Venezuela: tensão é acirrada após prisão de 243 estudantes Maduro acusa oposição sabotar seu primeiro ano de mandato Ministério Público da Venezuela vai investigar suposto plano de atentado Leia mais sobre Venezuela
— Sanções, contra a Venezuela, a Ucrânia, Burma, são ferramentas para forçar movimento em direção a uma solução. Não achamos que este é o caso agora — afirmou a subsecretária. — Já vimos como sanções podem ser contraprodutivas, a simples aprovação num comitê do Senado levou a Unasul a condenar (o passo), no fim de semana passado, e estimulou Maduro a novamente acusar os EUA de tentarem derrubá-lo, o que é completamente nonsense.
A diplomata, porém, sugeriu que a janela de paciência dos Estados Unidos não ficará aberta indefinidamente. Embora apoie a iniciativa da Unasul, uma vez que fracassou a tentativa de coordenar o assunto na Organização dos Estados Americanos (OEA), os EUA querem resultado concreto das conversas intermediadas entre Maduro e oposição.
— (A Venezuela) é uma preocupação de todos os países da região, e estamos vendo os países da Unasul buscando reabrir o diálogo entre governo e oposição. E todos esperamos que este diálogo produza resultados. Porque diálogo é uma boa coisa, desde que leve a um resultado. Até agora, este não é o caso — enfatizou a subscretária.
Nos bastidores, a administração vem ganhando tempo nos trâmites do Senado, onde a maioria é democrata. Mas a sobrevivência da estratégia está cada vez mais difícil. Na avaliação de observadores, ainda que o tema não concentre as atenções da maioria absoluta dos parlamentares, os poucos senadores que defendem as sanções, muito insatisfeitos com a cautela da diplomacia, têm capacidade de mobilizar os demais colegas para aprovar a medida.
Não só os senadores republicanos, especialmente dos estados de forte tradição de imigração hispânica, como Marco Rubio (Flórida) e John McCain (Arizona), estão engajados. O democrata que preside a Comissão de Relações Exteriores, Bob Menendez, é um dos maiores entusiastas da punição à Venezuela.
O projeto de lei impede a concessão de vistos, determina o congelamento de eventuais bens e impede transações financeiras das autoridades que cometam violações de direitos humanos e abusos na repressão à oposição e aos manifestantes. E requisita do Executivo o mapeamento dos infratores.
No fim de abril, em audiência na Comissão de Relações Exteriores, Marco Rubio apresentou uma lista de 23 nomes do governo Maduro sujeitos às sanções. Entre eles estão o ministro do Interior, Miguel Rodriguez Torres, a corregedora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, e dez militares da ativa.