A Câmara aprovou nesta terça-feira (6) o projeto de lei que muda o Código Civil para permitir a publicação de biografias de personalidades públicas sem necessidade de autorização dos biografados ou de seus descendentes. A votação foi simbólica. A proposta segue agora para apreciação dos senadores.
De autoria do deputado Newton Lima (PT-SP), o projeto, em tramitação desde 2011, estabelece que as biografias de pessoas públicas ou envolvidas em acontecimentos de interesse coletivo não dependem de autorização.
Os deputados também aprovaram emenda apresentada pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) para estabelecer julgamento mais rápido de ações que pedem a retirada de trechos considerados ofensivos. Assim, nessas ações, caberá apenas um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia é acelerar a reparação de erros possivelmente cometidos pelos autores.
A emenda permite à pessoa que se sentir atingida em sua honra, boa fama ou respeitabilidade recorrer ao juizado de pequenas causas pedindo a exclusão de trechos questionados em reproduções futuras dos livros.
No ano passado, o grupo “Procure Saber”, formado por artistas como Roberto Carlos, Caetano Veloso e Chico Buarque, causou polêmica ao defender a censura prévia das obras, provocando reações de outros artistas e da sociedade.
Contrário ao projeto, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) disse que o texto dá mais importância ao direito de liberdade de expressão em detrimento do direito à privacidade. Na avaliação dele, o Judiciário deveria decidir sobre o tema. “Quem deve decidir qual direito deverá ser assegurado é o juiz. Não cabe à lei dar prevalência a um direito em relação ao outro”, disse Rogério.