goleiro Bruno Fernandes de Souza disse desconhecer eventual ameaça do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, contra a juíza Marixa Rodrigues, responsável pelo processo que investigou o desaparecimento e suposta morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.
Bruno prestou depoimento informal sobre o assunto nesta terça-feira no Deoesp (Departamento de Operações Especiais) da Polícia Civil de Minas Gerais.
As supostas ameaças por um preso do presídio Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Seu nome é mantido em sigilo. Ele contou ter ouvido uma conversa de Bola, segundo a qual ele e Bruno tramavam as mortes da juíza e do delegado Edson Moreira, que investigou o caso de Eliza Samudio. Outras autoridades também estariam ameaçadas.
Bruno saiu do Deoesp sem dar declarações. Seu advogado, Francisco Simim, disse que a declaração do preso é "irresponsável". "Provavelmente [o preso] tinha algum interesse em prejudicar o Bruno", disse Simim, que assumiu recentemente a defesa de Bruno, após o goleiro não aceitar a linha de defesa do advogado Cláudio Dalledone Jr.
O delegado Islande Batista disse que o próximo a ser ouvido sobre a suspeita de ameaça será Bola. O depoimento ainda não tem data marcada. A Folha procurou o advogado do ex-policial, Zanone Manoel de Oliveira Jr., que sempre negou a acusação contra seu cliente, mas ele não atendeu o celular.
No relato do preso, traficantes cariocas estariam envolvidos na suposta trama para matar a juíza e o delegado.
Essa denúncia surgiu em abril passado. Foi levada à polícia pelo advogado da mãe de Eliza, José Arteiro Lima.
O preso que denunciava a suposta trama dividiu cela com Bola e depois foi transferido de presídio. Ele disse ainda que ouviu Bola dizer que matou a ex-amante do goleiro e jogou suas cinzas em uma lagoa. O local foi periciado por policias durante as investigações.
Eliza cobrava pensão de Bruno, com quem teve um filho. Por se recusar a pagar, diz a denúncia do Ministério Público, o ex-goleiro do Flamengo montou um plano para matar a ex-amante.
Eliza Samudio desapareceu em junho do ano passado e seu corpo nunca foi encontrado. Todos os envolvidos negam participação no desaparecimento de Samudio.