A saída de dólares na economia brasileira superou a entrada de divisas em US$ 1,79 bilhão no mês de julho, informou o Banco Central nesta quarta-feira (6). Trata-se da maior retirada mensal de recursos do país desde fevereiro deste ano, quando US$ 1,85 bilhão saíram do Brasil.
O resultado de julho só não foi pior porque houve um ingresso de US$ 2,88 bilhões nos últimos quatro dias do mês passado, entre 28 e 31.
Mesmo com a saída de dólares do mês passado, o resultado do acumulado deste ano está no azul, ou seja, com mais entrada do que retirada de divisas do Brasil. Na parcial de 2014, até a última sexta-feira (1), US$ 2,4 bilhões ingresssaram no país. Em igual período do ano passado, US$ 8,8 bilhões haviam entrado na economia brasileira.
Impacto no dólar
A saída de recursos registrada em julho favoreceu, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tende, teoricamente, a ficar maior. Em julho, de fato, o dólar registrou valorização. No final de junho, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 2,21, passando para R$ 2,26 no fechamento do mês passado - uma alta de 2,71% no período.
Outros fatores que também influenciam a cotação do dólar no Brasil são as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos e as intervenções do Banco Central no mercado futuro da moeda norte-americana, por meio da oferta dos contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, com subsequente impacto no mercado à vista.
Na semana passada, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou que a economia norte-americana cresceu 4% no segundo trimestre, em taxas anuais. Foi o maior crescimento desde o terceiro trimestre de 2013 - o que pode influenciar o ritmo de retirada dos estímulos econômicos naquele país e pressionar o dólar no Brasil.
Já o BC brasileiro tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os "swaps cambiais". Recentemente, o BC anunciou que manterá as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio até o fim deste ano.
Os analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar terá alta até o final deste ano. Pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim de 2014, é de R$ 2,35.