Publicada em 15 de Agosto de 2011 �s 23h18
"É para o governo, joga o valor por três, tudo vezes três", diz Gomes em diálogo gravado com autorização judicial e publicado pela Folha.
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Em Miami, onde diz ter viajado para vender um carro antes de a operação da PF ser deflagrada, Gomes diz que a conversa foi editada e está fora de contexto. Ele, no entanto, afirma na entrevista concordar com a 'análise' que faz ao interlocutor.
"Se for relacionado à licitação, ao processo licitatório, em que você joga para cima o valor para poder concorrer, sim. Eu não só penso assim como vejo que o mercado pensa assim. Isso é uma prática comum do mercado."
Segundo Gomes, o Brasil precisa ser mais sério na forma de tratar o dinheiro públic.o
"O Brasil precisa ser mais sério como ele trata o dinheiro público. Se o próprio governo não liga, eu vou ser bem sincero, eu vou fazer a minha parte."
Segundo a reportagem do telejornal, ele afirma ter sido contratado por duas instituições que supostamente prestaram serviços para o Ministério do Turismo e disse que não teme ser preso ao voltar ao Brasil.
"Se cometi algum erro, vou respoder."
Conforme a Folha noticiou no último domingo, Gomes voltará na próxima quarta-feira, às 20h30, ao Brasil para prestar depoimento sobre seu suposto envolvimento no esquema de desvios em um convênio do Ministério do Turismo.
A Operação Voucher, deflagrada no último dia 9 pela Polícia Federal, investiga um suposto esquema de desvios relacionados a convênio firmado entre a ONG Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) e o Ministério do Turismo para capacitação profissional no Amapá.
Ao todo, 36 pessoas foram presas na operação em Brasília, São Paulo e no Amapá, incluindo o atual secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, que está na pasta desde 2003.