Piaui em Pauta

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A cidade conta com o maior número de doutores per capita do país

Bom Jesus vira polo atrativo de pesquisadores doutores

Publicada em 22 de Março de 2013 �s 09h36


  												Tiago Pieta desenvolve pesquisas para o melhoramento da soja						 (Foto:Thiago Amaral)					Tiago Pieta desenvolve pesquisas para o melhoramento da soja (Foto:Thiago Amaral)

Última fronteira agrícola do Estado e do país, a cidade de Bom Jesus concentra atualmente a maior parte da produção de grãos e sementes nos Cerrados piauienses, movimentando o comércio local por meio da venda da soja e de outros produtos. Além do fortalecimento do agronegócio, o município também vem se destacando no âmbito da Educação, visto que, nos últimos anos, tornou-se polo atrativo para pesquisadores doutores. Somente na Universidade Federal do Piauí (UFPI) são cerca de 60 docentes com título de Doutorado, ultrapassando a cidade de São Carlos (SP), em número de doutores per capita.

Segundo o professor Lindemberg Sarmento, do campus da UFPI em Bom Jesus, além de possuírem o título de doutor, os professores que vieram para o município possuem, na maioria das vezes, experiência internacional, agregando ainda mais valor às pesquisas realizadas. “Com a chegada desses doutores foi possível a criação dos cursos de pós-graduação. Bom Jesus tem atraído muitos alunos de fora do Estado. São jovens que vêm com suas famílias para explorar o agronegócio na região e que acabam virando nossos alunos. Isso significa mais conhecimento gerado, repercutindo em retorno financeiro. Os atrativos são basicamente dois: o potencial da região, de fronteira agrícola, e as condições de infraestrutura de pesquisa oferecida pela universidade”, ressalta.

“Cheguei em Bom Jesus em 2008, atraído pela oportunidade de emprego via concurso público. Aqui encontramos uma boa estrutura, recebemos todo o apoio da administração para trabalhar, laboratórios estabelecidos e oportunidade de participar de todo o processo de construção da universidade. Assim também podemos contribuir com o crescimento da região. Ninguém vai combater a seca, então temos que aprender como lidar com ela, em especial através do desenvolvimento de projetos de pesquisa”, defende Carlos Aldrovandi, professor de produção e nutrição de ruminantes da UFPI.

Professor na área de Nutrição e produção de animais ruminantes, Leilson Rocha Bezerra desenvolve pesquisa voltada para fazer um levantamento das necessidades dos produtores e da situação da produção de leite no Sul do Piauí. “O Sul tem uma aptidão pela pecuária de corte, ficando a pecuária de leite um pouco esquecida. Daí o objetivo é tentar estimular essa atividade, buscando alternativas para o produtor”, explica. Para a realização da pesquisa foram selecionados alguns municípios: São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Canto do Buriti, Cristino Castro, Redenção e Corrente, melhorando as condições de vidas dos produtores, por meio de informações sobre os custos de produção, alimentação adequada, entre outras necessidades.

A Universidade Federal do Piauí mantém cinco cursos de graduação no Campus Cinobelina Elvas, sendo eles: zootecnia, agronomia, medicina veterinária, biologia e engenharia florestal, bem como três cursos de pós-graduação, na área de agronomia e zootecnia. A instituição possui hoje cerca de 1.500 alunos.

Parceria entre pesquisadores e produtores rurais

O fortalecimento das pesquisas na área agrícola conta com uma parceria que vem dado certo na região: a união de professores e alunos com os produtores rurais. Os primeiros entram com o conhecimento, enquanto os produtores cedem a terra para o desenvolvimento das pesquisas, bem como servem de objeto para análises e outros procedimentos. Um terceiro segmento também tem contribuído para a execução desses trabalhos: as empresas privadas, que em muitos casos participam com o financiamento das pesquisas e doação de equipamentos.

O estudante de engenharia agronômica, Tiago Pieta, por exemplo, desenvolve um experimento em duas etapas, executado nas terras de propriedade de sua família. Seu projeto consiste na testagem de 35 variedades de soja mais cultivadas no Piauí, com o intuito de avaliar quais fatores interferem na produtividade da planta. “Estamos em busca de uma soja que tenha algum tipo de tolerância sobre os parasitas das plantas, para que possamos indicar aos produtores dos Cerrados. Se não encontrarmos essa planta, queremos pelo menos uma que se aproxime ao máximo disso, trazendo benefícios para os produtores que contarão com uma espécie mais resistente, reduzindo assim as perdas durante épocas como a estiagem”, explica.



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Fonte: Governo do Estado �|� Publicado por:
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