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Bolsonaro nega que tenha agido

Bolsonaro nega que tenha agido para obstruir investigações do caso Marielle.

Publicada em 03 de Novembro de 2019 �s 22h59


RIO - O presidente Jair Bolsonaro negou, na noite deste domingo, que tenha agido para obstruir as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No sábado, partidos de oposição ameaçaram representar contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR). O motivo foi a declaração do presidente de que pegou os áudios das ligações realizadas entre a portaria e as casas do condomínio Vivendas da Barra antes que, segundo ele, as gravações fossem adulteradas.

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— O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone. Só isso, mais nada. Não peguei, não fiz backup, não fiz nada. A memória da secretária eletrônica está com a Polícia Civil há muito tempo. Ninguém quer adulterar nada — afirmou.

As declarações foram dadas enquanto Bolsonaro assistia ao jogo entre Itália e Paraguai, partida válida pela última rodada da fase de grupos do Mundial Sub-17, com o estádio praticamente vazio. O estádio Bezerrão, no Gama (DF), a cerca de 40 quilômetros da região central de Brasília, é uma das sedes da competição.

Para os líderes da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), e no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao dizer no sábado que tinha pegado os áudios, o presidente "confessou ter se apropriado de provas" relacionadas ao caso Marielle.

Mais cedo, Bolsonaro já havia comentado o tema em entrevista ao "Domingo Espetacular", da Record TV. Ao explicar o que quis dizer quando afirmou ter pegado as gravações, referiu-se ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), também morador do condomínio. Na quarta-feira passada, Carlos divulgou dois vídeos em que mostra o conteúdo das gravações feitas pelo sistema do condomínio no dia da morte de Marielle e Anderson, 14 de março de 2018.

— Agora, também falam que estou obstruindo a Justiça. Que obstrução? Apenas eu falei com meu filho, ele foi na portaria, como qualquer um dos 150 moradores do condomínio podem fazer. Colocou a data 14 de março do ano passado, entrou nas ligações da minha casa e para a casa dele, ele botou o áudio e filmou esse áudio. Nada além disso — disse Bolsonaro.

Os vídeos feitos por Carlos foram uma resposta aos depoimentos de um porteiro noticiados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na última terça-feira. O profissional disse à Polícia Civil, em duas ocasiões, que o ex-Policial Militar Élcio de Queiroz, suspeito das execuções da parlamentar e do motorista, teria entrado no Vivendas horas antes do crime com a autorização da residência de Bolsonaro (ele disse ter falado com o "seu Jair" no interfone). O profissional também registrou em uma planilha de controle que Élcio teria ido à casa 58, onde vivia Bolsonaro. No entanto, uma perícia feita pelo Ministério Público do Rio nas gravações contradisse o porteiro e mostrou que o responsável por liberar a entrada de Élcio foi o sargento reformado da PM Ronnie Lessa, outro suspeito do crime e também morador do residencial.

— Caso Marielle, quero resolver também. Querer botar no meu colo, é no mínimo má fé e falta de caráter — disse Bolsonaro no estádio.

Bolsonaro assistiu à maior parte do jogo de futebol na tribuna de honra do Bezerrão da Gama e foi aplaudido por torcedores do Paraguai. Antes do fim da partida, o presidente desceu para a arquibancada para cumprimentar os torcedores paraguaios. Com capacida
Tags: Bolsonaro nega - RIO - O presidente

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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