Às vésperas da abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, voltou suas atenções para a escolha da sede do Mundial de 2022. Em entrevista concedida para o canal de TV suíço RTS, o dirigente afirmou, pela primeira vez, que a decisão de realizar a Copa no Catar não foi acertada.
"É claro que foi um erro! Mas, sabe, nós cometemos muitos erros na vida. Estudos deixaram muito claro que as temperaturas seriam muito altas durante o verão, mas isso não impediu o Comitê Executivo", afirmou Blatter.
Apesar de admitir o erro, o mandatário da entidade máxima do futebol descartou qualquer possibilidade de transferir o Mundial de 2022 para outro país.
"A melhor opção seria fazer no fim do ano, mas temos que ser realistas. Para mim, se mudarmos (as datas), e temos que mudar porque não é possível jogar no verão, é para ser no inverno, no fim do ano", disse.
Desde quando foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, em 2 de dezembro de 2010, o Catar é criticado por causa do calor e pelas denúncias de que os operários responsáveis pelas obras do Mundial estariam submetidos a condições análogas à escravidão.Denúncia de compra de votos
No início do ano passado, a revista francesa France Football denunciou que a escolha do Catar foi motivada por um esquema de compra de votos, capitaneado pelo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
De acordo com a publicação, foram agraciados com o suborno, além de Teixiera, o presidente da Uefa, Michel Platini, o presidente da Associação de Futebol Argentino, Julio Grondona, e o presidente da Conmebol, Nicolas Leoz. Mohamed Bin Hammam, mandatário da Confederação Asiática de Futebol à época da escolha, foi banido pela Fifa sob a acusação de pagamento de propina.