Piaui em Pauta

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Bares da Vila Madalena faturam alto, mas sofrem com bagunça

Publicada em 24 de Junho de 2014 �s 12h40


Fachada do bar Posto 6, na Vila Madalena: investimento em seguranças  Fachada do bar Posto 6, na Vila Madalena: investimento em seguranças  Imagem: ExameClique para ampliarFachada do bar Posto 6, na Vila Madalena: investimento em seguranças  fora de época, reduto dos gringos, bagunça e sujeira. Essas foram as expressões mais usadas nos últimos dias para se referir à Vila Madalena, bairro boêmio na zona oeste de São Paulo. Desde a abertura da Copa do Mundo, as ruas da região foram tomadas por torcedores que muitas vezes nem conseguem assistir aos jogos. É fácil ouvir mais vários idiomas diferentes em apenas alguns minutos circulando pelas ruas da região. Boa parte dos estrangeiros escolheu a vila para assistir aos jogos e fazer amigos. Os bares se prepararam com funcionários bilíngues e cardápios traduzidos para outros idiomas. Mas, na maior parte do tempo, a boa e velha mímica funciona bem e quase todo mundo tem uma lata de cerveja na mão. saiba mais Grécia e Costa do Marfim tentam em Fortaleza vaga nas oitavas de final Japão pega Colômbia e luta por uma vaga nas oitavas Fidel escreve carta para Maradona e exalta Argentina e Messi Duelo de campeãs marca fim de geração vitoriosa Na despedida da geração de ouro, Espanha marca 3 na Austrália Leia mais sobre Copa 2014 Antes de a competição começar, o clima era de expectativa muito positiva para os empreendedores. Fausto Salomão, 34 anos, proprietário do Grupo Salve Jorge, já esperava muito movimento e investiu 20 mil reais para melhorar seus bares, como o Posto 6, na esquina das ruas Mourato Coelho e Aspicuelta. Mais funcionários, seguranças, cardápios bilíngues e televisores estavam nos investimentos. Depois que a Copa começou e uma multidão tomou conta das ruas da região, Salomão aumentou a quantidade de seguranças de dois, em dias normais, para dez hoje. “No começo dos jogos, muitas pessoas queriam entrar no bar para ir ao banheiro. Agora, com os banheiros públicos deve melhorar”, conta Salomão. Com 80% das mesas da casa reservada, o empresário afirma que o faturamento aumentou, mas as despesas, também. Por isso, nos dias dos jogos do Brasil, o Posto 6 cobra 80 reais por pessoa. Antes do começo da Copa, a ideia era cobrar 60 reais. No Boteco Todos os Santos, a equipe de segurança também recebeu reforços para evitar tumultos. “O investimento foi muito grande para garantir um bom movimento. Investimos por volta de 50 mil reais. Temos uma equipe fixa de seguranças e contratamos mais alguns”, diz Alexandre Pires dos Santos, auxiliar-administrativo do local. Em um dia normal, quatro funcionários fazem a segurança. Hoje, eram 10. “Como a rua está tendo esse movimento absurdo, a gente tem que ter bastante segurança”, diz. Além disso, o bar está restringindo a entrada durante o jogo. As primeiras 50 pessoas pagam 50 reais para ver o jogo. As outras podem pagar até 100 reais. Depois que a partida começa, a entrada é fechada. Lixo e bagunça Depois da festa, no entanto, os problemas começam a aparecer. Muito lixo, falta de banheiros químicos e ruas tomadas de gente atrapalharam a vida de quem mora na região nos últimos dias. “A rua virou um grande comércio. Os bares enchem, e esse pessoal fica perambulando nas ruas, que não têm banheiro suficiente. Eles vomitam, brigam, soltam rojão. Tem gente vendendo droga com máquina de cartão de crédito”, diz Cássio Calazans, presidente da Sociedade de Amigos da Vila Madalena (Savima). Apesar do alto movimento, muitos estabelecimentos estão tendo prejuízos com mesas e vidros quebrados. “Quebraram os vidros do meu bar, para tentar invadir e ir ao banheiro. O movimento está péssimo porque os nossos clientes têm evitado vir para a Vila Madalena”, diz Flavio Pires, empresário e dono de vários bares na região. Segundo Pires, o resultado está 50% abaixo do esperado e o funcionamento está restrito praticamente ao horário do jogo. “Só entra no bar agora quem está com pulseira de identificação”, conta. As ruas da região acomodam muito mais gente do que os bares em si. Por isso, muitos estabelecimentos instalaram grades e faixas para evitar a entrada de clientes que não pagaram para ver o jogo no local. A atuação dos ambulantes é massiva. Com caixas de isopor, sacolas e até carrinhos, eles vendem, na maior parte do tempo, latas de cerveja para a multidão que se espreme no meio da rua. Para tentar melhorar a situação, hoje a CET realizou bloqueios na região a partir das 13 horas. Além disso, a prefeitura instalou mais de 80 banheiros químicos para atender a demanda do local. Segundo Calazans, em uma das várias reuniões feitas com a subprefeitura ficou acordada uma forma de dispersar os torcedores que ficam na região além do horário. “Nessa última reunião, a gente pensou junto em dispersar as pessoas com a limpeza das ruas, com caminhões de água, lá pela meia noite. Os bares fecham à 1 hora e muitos torcedores ficam até 5 ou 6 da manhã. Acho que eles não conseguem achar a saída”, explica.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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