O Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI) entrou com uma ação civil pública contra o Banco do Brasil, após denúncia de que a Superintendência da instituição estaria praticando assédio moral sobre seus gerentes. A pressão apontada consistia, principalmente, em mensagens de celular diárias com cobranças de metas. Somente um funcionário recebeu mais de 80 mensagens.
A procuradora do Trabalho Maria Elena Moreira Rêgo, responsável pela investigação, escutou vários funcionários do Banco do Brasil no Piauí. Alguns trabalham na instituição há mais de 20 anos. Todos acusam a Superintendência do banco de assédio moral.
“Ouvi relatos emocionantes de homens angustiados. Trabalhadores que começaram a ser cobrados e pressionados tão intensa e constantemente que não resistiram e desistiram”, afirma a Procuradora.
Segundo os relatos dos funcionários, as cobranças também eram efetuadas nos finais de semana e durante a madrugada, fora do horário de serviço.
O G1 procurou a superintendência do Banco do Brasil no Piauí, que informou através da assessoria de imprensa que ainda não foi notificada e qualquer posicionamento só será feito após a assessoria jurídica do banco receber o documento.
A ação requer uma multa de R$ 10 milhões, que deverá ser revertida em campanha publicitária para combater o assédio moral no trabalho e o financiamento de programas de acompanhamento psicológico aos trabalhadores.
De acordo com o MPT, a investigação teve início, em janeiro de 2013, a partir da determinação do então procurador-chefe do MPT-PI José Wellington Soares para que fossem apurados os fatos divulgados pelo Sindicato dos Bancários no Piauí. Os sindicalistas alegavam que a pressão estava adoecendo os funcionários, sendo que alguns estavam tomando remédio controlado para trabalhar e outros, antecipando a aposentadoria.