A roça de José Antônio Dell Agnelo, em Cerquilho (SP), já se transformou em um belo milharal. A colheita deve ser em outubro. Antes, os 115 hectares eram cultivados com soja e as 565 mil toneladas foram levadas para um armazém.
Em janeiro, a cotação do dólar não estava como ele queria. Para não ter prejuízo, José Antonio preferiu vender a soja em partes. De lá para cá, o preço da saca chegou a subir R$ 12, acompanhando o aumento do dólar.
Na primeira remessa, o agricultor vendeu a saca por R$ 68. No mês passado, conseguiu comercializar por R$ 80. Ele continua de olho nas cotações, pois a moeda americana também interfere no preço dos insumos, que ele precisa para plantar a próxima safra.
O consultor agronômico João Celso Collaço Junior explica que o dólar influencia nos custos de produção e no lucro na hora da venda. A moeda americana afeta principalmente as commodities, como soja, açúcar e café.
O Nosso Campo visitou uma empresa que trabalha com cereais em Itapetininga (SP). Cerca de 200 produtores de 15 municípios da região são atendidos pela empresa. Caso o preço da soja esteja baixo, os depósitos ficam cheios. Quando o dólar sobe, o estoque vai embora.
José Ricardo Vilkas, de Angatuba (SP), está de olho na próxima safra de soja, que deve ser plantada em setembro. Agora é hora de comprar insumos para o plantio. Ele diz que já tem produto R$ 200 mais caro.