A situação da violência no Piauí voltou a ser discutida pelo deputado estadual Robert Rios Magalhães (PDT), durante o tempo de dois minutos, no plenário da Assembleia Legislativa, o que provocou uma polêmica com o deputado João de Deus (PT).
Robert Rios lembrou que o deputado federal, Ulisses Guimarães, morto em uma queda de helicóptero, devolveu a democracia Brasil depois de 21 anos de um regime de exceção, mas setores militares estão começando a ser manifestar publicamente.
E citou o exemplo de um general, durante uma palestra, havia dito que os militares estavam atentos para que o que acontecia no Brasil. Segundo Rios, o general teria dito que se o Judiciário não desse um encaminhamento devido para a situação no país, os militares teriam que se mobilizar. Robert disse que o ministro da Defesa cobrou explicações sobre o pronunciamento do general e viu também outros generais renomados do Brasil sendo solidários ao pronunciamento do oficial.
“Mas porque acontece isso, hoje? Porque em 2018 nós vamos ter uma eleição, não entre partidos políticos, mas sim entre facções criminosas. A Polícia Federal acabou de anunciar, hoje, que encontrou uma conta da Odebrecht, com 20 milhões de dólares, destinados aos operadores do PMDB. Várias contas já foram encontradas do PT, com valores expressivos, como os R$ 51 encontrados em um apartamento”, lembrou o parlamentar, citando outros desmandos ocorridos recentemente relacionados à corrupção e à violência no país.
Robert acrescentou pelo rumo que as coisas estão tomando, só a pena de morte para marginais ou mais de cem anos de cadeia, pode ser a solução para o problema da criminalidade. Ele disse a situação tende a piorar e a sociedade está conclamando as Forças Armadas a retomar ao comando do país.
Reação
O líder do Governo, deputado João de Deus (PT), usou dos dois minutos, para segundo ele, demonstrar sua indignação a quem prega saídas fora do que estabelece a Lei, a Constituição. “Acho que nenhum general tem o direito de dizer que vai se juntar com quem quer que seja para assaltar o poder do país. Nós temos que defender a democracia. Se tem gente cometendo desonestidade, que a população exclua aqueles que têm contas a pagar perante a opinião pública”, defendeu o líder petista.
João de Deus disse ainda que é papel do Legislativo rechaçar qualquer tentativa de golpe, principalmente de golpe militar. “Militar não foi preparado para administrar nada. Se quiser, vai para a eleição, se candidata, via partido político, e vai pela via da eleição”, sugeriu João de Deus, lembrando as torturas praticadas por militares durante a ditadura.
Tréplica
O deputado Robert Rios retrucou a fala do deputado João de Deus, acusando o líder do Governo de usar “meias verdades”, como se os eu discurso tivesse feito em plenário qualquer apologia à ditadura. Segundo Robert, João de Deus teria feito a interpretação da sua fala, com leviandade e má-fé. Rios insistiu que sua fala se referiu à democracia e não ao retorno dos militares ao poder.
“Eu não acho que seja democracia, um parlamento, em que o povo do Piauí elege 30 deputados, e o governador Wellington Dias, por ter minoria na Casa, coloca mais 13 deputados na Casa para segurar uma maioria que é falsa. Que democracia é essa, onde bilhões foram arrancados do povo brasileiro e levados para o exterior, e onde o ex- e o atual presidente da República são acusados de crimes contra a Democracia?”, indagou o deputado Robert Rios. O deputado João de Deus pediu a palavra para dizer que foi mal interpretado pelo deputado Robert Rios. “O que eu estranho é que muitas pessoas se posicionam criticando a democracia, mas não têm coragem de bater pesado contras esses que se manifestam contra a democracia”, finalizou.
Lindalva Miranda