Três testemunhas foram ouvidas na manhã desta sexta-feira (24) durante audiência de instrução e julgamento do caso de feminicídio de Maria Luiza de Sousa. Outras três testemunhas faltaram à sessão que foi suspensa e uma nova data será remarcada. O acusado era companheiro da vítima à época do crime.
A defesa do homem não quis se pronunciar. De acordo com o Promotor de Justiça Ubiraci Rocha, responsável pela acusação, o policial militar aposentado, que não foi identificado, foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado. Além do feminicídio, quando há morte em razão da condição de mulher, houve impossibilidade de defesa da vítima.
“A defesa alega que a vítima foi morta em um assalto, mas isso é inconsistente, ela foi morta com três facadas e mais seis tiros. Isso não é muito o perfil de um assaltante. Havia mais pessoas em casa, como ele faria isso tudo contra ela?”, questionou o promotor.
Ele citou ainda que o autor do crime fugiu do local logo após a morte e o militar apresentou-se à polícia dias depois. “Um dos policiais que chegou à residência disse que os próprios familiares contaram que o acusado foi o autor do crime. Além disso, passados três dias, ele se apresentou à polícia”, disse.
A audiência foi presidida pelo juiz Antônio Reis Noleto, que suspendeu a sessão devido à ausência de três testemunhas. Outras três foram ouvidas, dentre elas umpolicial militar que esteve na casa da vítima e do acusado no dia do crime. Uma nova data para a próxima audiência ainda será definida. Após a sessão, o juiz irá decidir se o acusado irá a júri popular.
O crime aconteceu em 26 de agosto de 2015, no Parque Itararé, Zona Sudeste de Teresina. Vizinhos relataram ao G1, na época, que as brigas eram constantes entre o casal. "Eles brigavam bastante e ontem, às 21h, ouvi ela pedir socorro e uma discussão entre eles e horas depois ouvi dois disparos", relatou uma vizinha logo após saber da morte de Maria Luíza.