A atriz Cleyde Yáconis morreu nesta segunda-feira (15), aos 89 anos.
Ela estava internada no hospital Sírio-Libanês por causa de uma isquemia desde outubro de 2012.
Segundo nota divulgada pelo hospital, o corpo será na terça-feira, no distrito de Jordanésia, no município de Cajamar, a 38 km de São Paulo.
Irmã de Cacilda Becker, elas começaram juntas no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).
Seu último trabalho na televisão foi a novela "Passione", de Silvio de Abreu, em 2010. Ela viveu a personagem Brígida.
No teatro, sua última peça, "Elas Não Gostam de Apanhar" (montagem de Nelson Rodrigues), estreou em julho de 2012.
CARREIRA
Nascida em Pirassununga (230 km de São Paulo), em 14 de novembro de 1923, Cleyde Becker Yáconis teve uma infância pobre e, incentivada pela mãe, fez um curso de enfermagem, na intenção de se tornar médica.
Em 1950, foi levada pela irmã Cacilda para trabalhar com os figurinos do TBC, onde começou a carreira.
Mesmo sem intenção de se tornar atriz, substitui Nydia Licia no papel de Rosa Gonzalez, em "O Anjo de Pedra", de Tennessee Williams. Por sua atuação, é convidada para o papel de Annette, em "Pega-fogo", de Jules Renard. Com isso, desiste de prestar o exame de admissão para a faculdade de medicina.
Em 1951, é premiada pela Associação Paulista de Críticos Teatrais como revelação. De 1950 a 1964, participa de 35 montagens no TBC.
Ao lado de Cacilda Becker, Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman, fundou o Teatro Cacilda Becker, em 1958.
A partir de 1966, começa uma longeva carreira na televisão, onde fez novelas na TV Tupi, na TV Excelsior, na Cultura, na Band, no SBT, na Record e na Globo.
Na Tupi, esteve em "O Amor Tem Cara de Mulher", de 1966, e "Éramos Seis", de 1967, entre outras. Na Excelsior, atuou em novelas como "Os Diabólicos", de 1968, e "Vidas em Conflito", de 1969.
No SBT, atuou em "Meus Filhos, Minha Vida", de 1984, e "Uma Esperança no Ar", de 1985.
Na Globo, fez papéis marcantes em novelas famosas, como "Rainha da Sucata" (1990), "Vamp" (1991), "Torre de Babel" (2001) e "Eterna Magia" (2007).
No cinema, atuou em filmes como "Na Senda do Crime", de Flamínio Bollini Cerri (1954), "A Madona de Cedro", de Carlos Coimbra (1968), "Parada 88 - O Limite de Alerta", de José de Anchieta (1977), "Dora Doralina", de Perry Salles (1982), e "Jogo Duro", de Ugo Giorgetti (1985).
Em 2003, recebeu pelo conjunto de sua obra o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Ganhou também o Prêmio Jorge Amado de Literatura e Arte, dedicado ao teatro.
Dois anos mais tarde, recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.
Já em 2009, recebeu como homenagem um teatro batizado com seu nome, o Teatro Cleyde Yáconis, na região sul de São Paulo --anteriormente, o local era conhecido como Cosipa Cultura.
Sua vida foi retratada no livro "Cleyde Yáconis - Dama Discreta" (ed. Imprensa Oficial, 208 págs.).