O Atletismo foi o grande destaque do Brasil no quarto dia das Paralimpíadas de Londres, este domingo (2), conquistando três ouros e uma prata e levando o país ao sétimo lugar na classificação geral, com 13 medalhas (sete ouros, três pratas e três bronzes).
A estrela da festa foi o velocista Alan Fonteles, que fez história ao vencer o favorito Oscar Pistorius nos 200m T44. Alan correu a prova em 21s45, ultrapassando Pistorius nos últimos metros. O sul-africano terminou em 21s52. O americano Blake Leeper completa o pódio, que acontece nesta segunda-feira (3). "Eu estou muito feliz. Com certeza não vou dormir tão cedo. Quero agradecer a todo o povo brasileiro pela torcida", disse Alan. saiba mais Daniel Dias ganha ouro e bate recorde mundial na estreia Leia mais sobre Paralimpíadas
Muito questionado sobre as declarações de Pistorius após a prova, reclamando de sua mudança de próteses, Alan destacou que a vitória era algo que ele esperava e preferiu não entrar no embate com seu ídolo. "Estou dentro das regras. Isso é resultado de treino. Não existe colocar duas próteses e sair correndo. Eu não sou azarão, treinei para esse tempo", argumentou o brasileiro, que no início do ano mudou-se de Belém do Pará, onde cresceu e sempre treinou, para São Paulo, onde conta com infraestrura e apoio técnico especializado do Time São Paulo.
Pouco antes da vitória de Alan, o Hino do Brasil ecoou no Estádio Olímpico pela primeira vez nos Jogos de Londres. Além de vencer os 200m T46, Yohansson Nascimento quebrou o recorde mundial da prova com o tempo de 22s05 e comemorou a vitória tirando um papel do uniforme pedindo a noiva Thalita Lima em casamento.
“Já tinha sido bronze e prata nessa prova. Faltava o ouro e ele veio abençoado aqui em Londres. A prova foi como uma luta entre Davi e Golias. Eu sempre sou o mais baixinho, mas estava muito focado, bem preparado e venci. Quis aproveitar esse momento para pedir minha noiva em casamento”, contou o velocista, que deixou a namorada em Maceió (AL), para treinar pelo Time São Paulo na capital paulista. Pelo telefone, Thalita aceitou o pedido.
Mais cedo, o Brasil fez dobradinha nos 200m T11, com ouro para Terezinha Guilhermina (24s82 – superando o recorde paralímpico de 24s89 batido por ela no sábado) e Jerusa Santos (26s32). Jhulia Karol conquistou o quarto lugar, com 26s65, em sua primeira Paralimpíada. O bronze ficou para a chinesa Juntingxian Jia (26s33), que chegou a ser desclassificada por conta do guia Donglin Xu ter se separado da atleta na linha de chegada. No entanto, a decisão foi revertida e ela completou o pódio, que foi adiado para esta segunda-feira.
No Parque Aquático, o revezamento brasileiro repetiu o resultado de Pequim 2008 e foi quarto colocado no 4x100m de 34 pontos neste domingo (2). A equipe formada por Andre Brasil, Daniel Dias, Phelipe Rodrigues e Caio Oliveira fez o tempo de 3m55s63.
"Nós sabíamos que seria muito difícil. Demos o melhor que podíamos, mas tínhamos um ponto a menos que as outras equipes", explicou Andre Brasil, segundo a cair na água. No revezamento, a soma da classificação funcional dos quatro atletas deve ter no máximo 34 pontos. A equipe brasileira somou 33 - Andre Brasil e Phelipe Rodrigues são S10, Daniel Dias é S5 e Caio Oliveira é S8.
Nos 100m Livre S13, Carlos Farrenberg bateu mais uma vez o recorde das Américas ao baixar o tempo que fizera nas eliminatórias. A marca de 54s14, no entanto, rendeu-lhe o oitavo lugar. "Estou contente com o resultado pessoal, mas é claro que eu queria ter feito ainda melhor e brigado por medalha", disse. "A prova foi muito mais forte do que eu imaginei que seria", explicou Carlão.
Em Eton Dorney, o Remo Adaptado encerrou sua participação com o quarto lugar de Cláudia Santos na categoria Single Skiff (Braços e Ombros), a 32 centésimos do bronze, como o melhor resultado dentre os quatro barcos brasileiros nestes Jogos Paralímpicos. Luciano Oliveira terminou na sexta colocação no Single Skiff (Braços e Ombros), Josiane Lima e Isaac Ribeiro ficaram em segundo lugar na Final B (oitavo lugar geral) do Double Skiff Misto (Tronco e Braço), e o Quatro Com Misto (Pernas, Tronco e Braço) foi terceiro lugar na Final B (nono no geral), com o tempo de 3min36s. Apenas Brasil e Ucrânia participaram dos Jogos Paralímpicos de Londres com barcos classificados nas quatro classes em disputa.