O zagueiro Thiago Heleno e o volante Camacho, do Athletico, vão a julgamento nesta segunda-feira, a partir de 14h, na sede da Conmebol, no Paraguai, pelo caso de doping. A dupla está suspensa por ter ingerido a higenamina (substância proibida usada em suplementos) antes do 1 a 0 sobre o Tolima, pela Libertadores.
Thiago Heleno e Camacho não entram em campo há mais de 100 dias. Além disso, eles não podem nem treinar com os companheiros no CT do Caju. Confira as principais dúvidas e a linha do tempo completa:
Quais as punições previstas?
A punição máxima é suspensão de dois anos. A pena só pode chegar a quatro anos se "não envolver uma substância especificada" ou se houver violação intencional - o que não é o caso. Por outro lado, se os advogados provarem que não houve culpa dos jogadores, eles podem ser absolvidos ou apenas advertidos.
Consequências
Dois meses após o caso, o Athletico demitiu seis funcionários que teriam ligação com o doping. Antes disso, o presidente Mario Celso Petraglia já tinha dito que o clube era o único responsável e que os dois jogadores eram vítimas. Se o clube provar isso, as chances de uma punição menor ou até de uma absolvição para os jogadores aumentam.
O que é a higenamina?
A higenamina é um estimulante usado em suplementos. Essa substância, porém, é proibida pela WADA (Agência Mundial Antidoping) desde 2017 por seus efeitos muito semelhantes aos da droga efedrina, que aumenta o metabolismo e a frequência cardíaca e dilata os brônquios. A higenamina seria usada para perda de peso - confira a matéria completa.
A linha do tempo
9 de abril - Thiago Heleno e Camacho são titulares no 1 a 0 sobre o Tolima, pela quarta rodada da Libertadores. O Furacão chegava aos nove pontos no Grupo G e se isolava na liderança. Depois do jogo, o zagueiro é selecionado para o exame antidoping.
Entre 24 de abril e 1° de maio - Thiago Heleno é titular em mais dois jogos do Athletico: vitória por 4 a 1 sobre o Vasco e derrota por 2 a 1 para o Fortaleza. Camacho também faz dois jogos depois daquela partida: a derrota por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann, além da goleada no Vasco.
10 de maio - um mês depois do exame, a Conmebol notifica o Athletico sobre o doping de Thiago Heleno. Com isso, além de não poder jogar, claro, o zagueiro já não podia nem treinar mais com o grupo no CT do Caju. Desde então, ele realiza atividades em separado.
10 a 13 de maio - logo na sequência, os médicos do Athletico consultam todos os jogadores do grupo principal para descobrir quem mais havia tomado o suplemento com a higenamina. Segundo o clube, só Thiago Heleno e Camacho tinham usado o suplemento.
13 de maio - o Athletico informa à Conmebol que Camacho também tinha tomado o suplemento. No mesmo dia, o presidente Mario Celso Petraglia dá entrevista coletiva, confirma o doping dos dois jogadores, chama eles de "vítimas" e diz que a culpa é toda do clube.
De 10 a 25 de junho - o Athletico demite seis funcionários que teriam ligação com o caso: o coordenador do departamento de performance Márcio Henrique; o preparador físico Jean Lourenço; o fisiologista André Fornaziero; o nutricionista Felipe Hostim; os médicos Alexandre Cabral e Luiz Gustavo Emed (filho do presidente Luiz Sallim Emed).
2 de agosto - quase quatro meses depois da partida contra o Tolima, a Conmebol enfim marca o julgamento para esta segunda, 12 de agosto. O zagueiro Thiago Heleno não joga há 103 dias; e o volante Camacho, há 106 dias. São, portanto, mais de três meses longe dos gramados.
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