As chamadas para atendimentos de urgência de Covid-19 tiveram uma queda de 34% entre o mês de julho e a primeira quinzena de agosto em Teresina. De acordo com a enfermeira Tânia Ferreira, do Serviço de atendimento móvel de urgência (Samu), a redução reflete uma melhora significativa na demanda e, consequentemente, no trabalho dos profissionais de saúde.
De acordo com o órgão, foram registrados 291 casos da doença nas primeiras semanas de agosto, em contraste com a primeira quinzena de julho, quando houve 439 atendimentos da mesma natureza.
Samu registra queda de 34% em atendimentos de Covid-19
Segundo a enfermeira, os procedimentos para atender pacientes com Covid-19 ou com suspeita da doença são mais rígidos. Ela explicou que durante os períodos mais tensos da pandemia o trabalho aumentou e os níveis de estresse eram altos.
“A vestimenta é muito quente, em uma cidade quente onde a gente vive, mas é necessário para não se contaminar. Alguns trabalhadores se afastaram por serem do grupo de risco. Os que ficaram assumiram os plantões e tiveram jornadas duplicadas, triplicadas para cobrir o serviço. Era cansativo fisicamente e mentalmente. Alguns até passavam mal”, relatou a enfermeira.
Baixas durante a pandemia
O diretor clínico do Samu Teresina, o médico José Ivaldo de Oliveira morreu no dia 31 de julho, vítima da Covid-19. O médico tinha 48 anos e não sofria de comorbidades que agravassem os efeitos da doença.
“ Ele deixou um legado pra nós, um trabalhador excelente, uma pessoa maravilhosa e um incentivo para continuarmos”, disse Tânia.
Cuidados
Conforme a enfermeira do Samu, apesar dos números de casos estarem diminuindo, os cuidados continuam sendo reforçados para proteger os familiares no momento de chegar em casa.
“É um ritual. Tomamos banho aqui [na sede do Samu] antes de sair e toma banho quando chega em casa. Ficamos isolados da família para evitar levar alguma contaminação”, contou.