A única entidade voltada para o apoio a pessoas cegas no Piauí tem enfrentado dificuldades para manter algumas das suas atividades. A Associação dos Cegos do Piauí (Acep), localizada no bairro São Pedro, Zona Sul de Teresina, sofre com a falta de material para a alfabetização e reforço escolar.
Para estudar através do sistema braille, são necessários uma reglete e um punção, instrumentos essenciais durante as atividades escolares. Mas nem todos na entidade possuem os instrumentos e a Acep afirma não ter condições de fornecer. Uma reglete custa em média R$ 80 e boa parte dos deficientes que estudam no local não possui.
A Acep recebe do poder público professores treinados e parte do material necessário ao ensino aprendizagem. Outro problema enfrentado pela instituição é a falta de combustível para o transporte dos alunos até a escola especial. Cerca de 150 estudantes estão matriculados e mais da metade depende do transporte disponibilizado pela entidade.
A diretoria da instituição afirma que a cota mensal de combustível disponibilizada pela prefeitura ultimamente tem sido insuficiente para cobrir os deslocamentos diários.
"Nós recebemos uma cota de combustível da Secretaria de Educação, mas não dá 50% do que nós necessitamos. Estamos comprando combustível fiado e ficamos lutando para conseguir recursos para pagar. Rodamos em média 500 quilômetros por dia porque temos uma van e um micro-ônibus para cobrir todas as regiões de Teresina e Timon", falou o coordenador da Acep, Antenilton Marques.
Indignado com a situação, o dirigente desabafa sobre a atual realidade e afirma que a educação é essencial para o desenvolvimento das pessoas que não enxergam. "Nós entendemos que se a educação é a única porta de saída para quem enxerga, para os cegos ela não é diferente. A pessoa cega precisa muito mais se qualificar do que qualquer outra pessoa", finalizou.