A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) discute na manhã desta segunda-feira (28) a exploração de gás de xisto no estado. Para o geólogo Luiz Fernando Scheiber, o minério é encontrado entre rochas e a extração pode colocar em risco o meio ambiente, especialmente as reservas de água.
No estado, o xisto é encontrado na bacia do rio Parnaíba e recentemente a Agência Nacional de Petróleo (ANP) leilou o bloco do minério localizado entre os estados do Piauí e Maranhão, mas empresa a ganhadora por enquanto não poderá iniciar nenhum trabalho na região devido uma liminar expedida pela Justiça Federal.
Segundo o órgão, o medo é de que a exploração contamine a água com metais pesados. O gás de xisto vem se tornando uma fonte cada vez mais importante de gás natural nos Estados Unidos desde o início deste século, além de possuir grandes potenciais no resto do mundo. O governo norte-americano prevê que, até 2035, 46% do fornecimento de gás natural virá de gás de xisto.
"Nestes locais onde são encontrados o gás xisto poderão haver somente este tipo de exploração. Aextração afeta a vida de todas as pessoas, criações e todo o trabalho agrícola, não só pelo poço, mas pelo intenso tráfego de caminhões trazendo produtos químicos. Toda a movimentação é rápida e o custo territorial é bastante caro", destacou o geólogo.
Estarão presentes na audiência, o Ministério Público Federal, através do procurador da República Antônio Manvalier, o geólogo Luiz Fernando Scheiber, professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador do projeto Rede Guarani/Serra Geral da ANP, a Geopark Brasil, empresa que leiloou o bloco do Piauí, entre outras entidades.