O presidente da Síria, Bashar al-Assad, negou neste domingo (8) que tenha responsabilidade pelo ataque químico de 21 de agosto, mas disse que não vai confirmar nem negar se o seu governo tem armas químicas.
As declarações foram feitas em entrevista a Charlie Rose, do programa "Face the Nation", da CBS.
Assad negou responsabilidade pelo ataque nos subúrbios de Damasco, que deixou 1.429 civis mortos, segundo o governo dos EUA.
"Ele negou que soubesse que houve um ataque químico", disse Rose. "Ele disse que não há evidências suficientes para chegar a um julgamento conclusivo."
"A coisa mais importante, segundo ele, é que 'não há evidência de que eu usei armas químicas contra meu próprio povo''', afirmou ainda.
O governo de Barack Obama vem sem esforçando, nos últimos dias, para convencer os congressistas e a opinião pública da necessidade de uma intervenção limitada na Síria em resposta ao ataque químico.
Mas Assad desafia o governo Obama a apresentar provas que justifiquem a intervenção militar contra seu país.
"Ele disse que não necessariamente sabe se haverá um ataque militar. Mas disse que estão obviamente preparados o máximo que podem para um ataque", disse o jornalista.
O ditador sírio também enviou uma mensagem ao povo americano de que "não será uma boa experiência para eles se envolverem nas guerras do Oriente Médio e seus conflitos".
"Eles deveriam comunicar a seu Congresso em Washington que não autorize o ataque", disse'.
A entrevista completa deve ser exibida nesta segunda-feira nos Estados Unidos.
O presidente Obama, por sua vez, gravará, na tarde de segunda-feira, uma entrevista que será exibida à noite em todas as grandes redes de TV americanas.
A Síria é castigada, há 30 meses, por uma violenta guerra civil entre rebeldes antigoverno e as forças do contestado Assad. Mais de 110 mil pessoas morreram, e há 2 milhões de refugiados em países vizinhos.
O regime Assad diz ser alvo de "terroristas" com ligação com a rede da Al-Qaeda, que tentam desestabilizar o país.
A Rússia, aliada de Assad e com interesses estratégicos na região, é contrária ao ataque americano e pressiona contra a ofensiva.