Publicada em 18 de Agosto de 2013 �s 11h31
Passeie pela região central de Teresina e descubra a história da capital através dos históricos prédios educacionais. Erguidos após a consolidação das escolas no cenário teresinense, estes prédios têm uma contribuição única para nossa arquitetura.
Um dos mais antigos deles é o prédio do Colégio Estadual Zacarias de Góis, famoso Liceu Piauiense, que deu lugar em suas salas de aulas a grandes personalidades piauienses, como H. Dobal, O.G. Rêgo, José Camilo da Silveira, Petrônio Portela e outros.
O Liceu Piauiense foi fundado no ano de 1845, na ex-capital piauiense Oeiras e transferido para Teresina no ano de 1853, e em 1936 ganha a sede nas proximidades da Praça Landri Sales. O nome da escola é uma homenagem ao então governador, Zacarias de Góis e Vasconcelos, baiano, nomeado por Dom Pedro II governador do Piauí em 1845. Atualmente, a escola acolhe mais de 1.350 jovens, distribuídos no ensino médio integral e profissionalizante e Educação de Jovens e Adultos.
Arquitetonicamente, o prédio do Liceu é um exemplar representativo do estilo art-dèco piauiense, com linhas de transição entre o neoclássico e a modernidade. “Esse estilo abandona os ornamentos nas fachadas, tendendo a uma geometrização formal, onde ainda há o predomínio dos cheios sobre os vazios e a utilização de esquadrias verticalizadas. Além do Liceu Piauiense, faz parte do acervo art-dèco o Cine REX, o Arquivo Público Estadual, a Primeira Igreja Batista, entre outros”, explica a arquiteta, professora e doutora Alcília Afonso (Kaki).
Já, as escolas com forte influência da Igreja Católica foram estabelecidas em Teresina no início dos anos 1900. O Colégio e Seminário Diocesano passou a funcionar no ano de 1906, nas proximidades da Praça Saraiva onde funcionou até o ano de 1914, quando foi fechado por questões financeiras. Quando reaberto no ano de 1925 passou a se chamar Colégio São Francisco de Sales, funcionando em regime de internato, semi-internato e externato para meninos.
Enquanto a educação para os meninos no início do século XX envolvia conhecimentos científicos, o recém-criado Colégio Sagrado Coração de Jesus, que no ano de 1906 contava apenas com uma aluna matriculada. A escola reabre no ano seguinte com 13 matrículas efetuadas e tendo o espaço da casa pequeno para abrigar as alunas de educação doméstica, operações básicas, língua estrangeira.
Em 1907, o Colégio se instala em uma casa maior e desde então a adesão de meninas matriculadas aumentou. A famosa capela que há na frente da escola foi inaugurada apenas em 1925, em estilo neogótico é um dos pontos mais belos da capital Teresina. “Os colégios de origem religiosa contam com composição simétrica, predomínio de cheios sobre vazios, monumentalidade e sobriedade, características do estilo eclético com influências do neoclássico”, esclarece Kaki Afonso.
Para finalizar o tour que mescla história, educação e arquitetura, o Instituto Superior de Educação Antonino Freire fundado há 103 anos. Ele nasceu como Escola Normal, localizada na Praça Marechal Deodoro (Praça da Bandeira), e durante décadas foi um dos principais responsáveis pela formação de docentes no Piauí, especialmente, das professoras.
O Instituto começou com o desejo de educadores que criaram em Teresina a Sociedade Auxiliadora da Instrução, da qual surgiu a Escola Livre com um curso de quatro anos de duração, onde os professores lecionavam gratuitamente. Em 1915, a escola passou a ser denominada Escola Normal Antonino Freire, em homenagem ao governador que a criou.
No ano de 1973, a Escola Normal foi transformada em Instituto de Educação, mudando seu endereço para sua sede atual, na Praça Firmina Sobreira, zona Norte de Teresina. Há cinco anos, um projeto de lei do Governo do Piauí elevou o Instituto de Educação à condição de Instituto Superior de Educação Antonino Freire - Centro Integrado de Formação de Profissionais na Educação (Iseaf).
“Estes edifícios possuem valor arquitetônico e cultural, devido à adoção de seus estilos e tipologias de funcionalidade. Eles representam como símbolos arquitetônicos, os marcos da educação piauiense e a arquitetura como expressão simbólica da política educacional em Teresina”, finaliza a arquiteta.