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Argentina está quebrada e doente, diz Cristina Kirchner após calote

Publicada em 01 de Agosto de 2014 �s 11h00


Presidente da Argentina faz discurso em rede nacional de TV nesta quinta (31) Presidente da Argentina faz discurso em rede nacional de TV nesta quinta (31) No primeiro pronunciamento após o fim do prazo para o pagamento da dívida renegociada, que coloca o país em situação de calote – ainda que seletivo –, a presidente argentina Cristina Kirchner disse que a vida segue, mas também afirmou que o país está "quebrado e doente". Imagem: Daniel Garcia/AFPPresidente da Argentina faz discurso em rede nacional de TV nesta quinta (31) "É hora de o mundo colocar freios nos fundos abutres e nos bancos insaciáveis que querem seguir lucrando com uma Argentina quebrada e doente", disse Kirchner. A presidente começou o discurso com ironia em relação às consequencias para o país com a falta de pagamento. "Estamos em 31 de julho e a vida segue andando, o que não deixa de ser uma boa notícia", disse, se referindo implicitamente ao calote. Durante o discurso sobre a moratória, a presidente ainda repetiu: "Não nos coloquem como na década passa, dizendo que se não fizermos isso (pagar a dívida), virá o caos". A Argentina está em calote seletivo e técnico, já que não conseguiu fazer o pagamento de credores que renegociaram a dívida dentro do prazo, que era a quarta-feira (30). A quitação da parcela está bloqueada pela Justiça porque a sentença determinou que o país precisa primeiro pagar os fundos, para só então poder quitar as demais dívidas. A presidente argentina disse que "se pagar mais (aos fundos), seria com a fome do povo argentino". "Eu não endividei a Argentina, nem vocês. Os que endividaram é que continuam dizendo que temos de assinar qualquer acordo." Cirstina Kirchner também repetiu que considera a palavra calote errada para o caso e que outra palavra terá de ser inventada, já que o dinheiro está depositado e foi bloqueado pela Justiça. "A Argentina vai usar todas as medidas judiciais possíveis", disse. Mais cedo nesta quinta-feira, o ministro argentino da economia, Axel Kicillof, também disse que "é uma bobagem atômica dizer que entramos em default". "Calote é quando não se paga", acrescentou o ministro, que acusou o juiz Griesa de estar favorecendo os "abutres" ao impedir que o dinheiro depositado pelo governo argentino chegue aos credores. Também nesta quinta, a agência de risco Fitch rebaixou a nota do país para calote restrito. Na quarta, ainda antes do fim da reunião de negociação, a Standard&Poor"s já havia rebeixado a nota da Argentina. Consumidor e aposentados Em um evento que durou por volta de uma hora, a presidente anunciou também um pacote de novas regras de direito dos consumidores e um reajuste das aposentadorias. Kirchner ficou tanto tempo falando das medidas, que chegou a fazer piada com a possibilidade de não abordar o calote. "Sei que vocês estão esperando que falem de outro assunto, não vou decepcioná-los", disse, depois de quase meia hora lendo dados sobre as aposentadorias no país. Continuidade das negociações Após o fracasso da reunião de quarta, o mediador nomeado pela Justiça dos Estados Unidos, Daniel A. Pollack, divulgou comunicado afirmando que a Argentina "não alcançou nenhuma das condições, e, como resultado, vai estar em default (calote)". Nesta quinta, no entanto, o juiz dos EUA que decidiu em favor dos fundos agendou uma nova reunião de negociação para sexta-feira (1º). O "default" de agora, entretanto, é diferente da moratória de 2001 porque dessa vez o país tem o dinheiro para pagar, mas está impedido pela Justiça. O calote de agora só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony), por determinação da Justiça dos Estados Unidos. O juiz americano Thomas Griesa bloqueou o depósito de US$ 539 milhões feito pela Argentina, vinculando a sua liberação ao pagamento de US$ 1,33 bilhão exigidos pelos fundos especulativos.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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