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Após euforia de consumo, brasileiro procura menos crédito e prefere poupar

Publicada em 01 de Agosto de 2014 �s 07h31


Procura por crédito pessoal recuou de 14,8% para 13% Procura por crédito pessoal recuou de 14,8% para 13% Imagem: Getty ImagesProcura por crédito pessoal recuou de 14,8% para 13% De um ano para cá, o brasileiro tem se mostrado mais seletivo na hora de consumir. A quantidade de pessoas que contraíram crédito ou compras parceladas foi de 40,1% em maio, 6,7 pontos percentuais abaixo que no mesmo mês do ano passado, segundo estudo feito pela Fecomércio-RJ/Ipsos. Os dados antecipam as intenções de compra para os meses seguintes. De acordo com o estudo, houve redução no uso do cartão de crédito de 37,4% para 34,5%, na mesma comparação entre períodos. A procura pelo crédito pessoal também recuou, de 14,8% para 13%. “Os dados concluem que o brasileiro tende a pisar no freio antes de fazer financiamentos nos próximos três meses após a pesquisa”, explica o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. saiba mais Governo lança site para queixa de consumidor Pesquisa da CNI mostra consumidor mais pessimista que em 2013 Atendimento a consumidor piora apesar de decreto Confiança do setor de serviços tem pior resultado desde agosto de 2009, diz FGV Índice de Confiança do Consumidor cai pelo terceiro mês consecutivo Leia mais sobre Consumidor Enquanto isso, crescem desde fevereiro os financiamentos para quitar dívidas anteriores, apontou o estudo. A modalidade foi opção de 17,1% dos consumidores que contraíram crédito em maio – o maior nível do ano. Para um terço das pessoas consultadas (33,3%), depois do pagamento de todas as dívidas, ainda vai sobrar alguma quantia do rendimento mensal. Mas para outros 45,8%, o orçamento familiar está no limite e as contas do mês vão fechar empatadas, no mesmo patamar de seus ganhos. Já 18,3% afirmaram que faltaria dinheiro no fim do mês. Por outro lado, entre os que disseram encerrar o mês com sobra no orçamento, 54,4% pretendem guardar esse dinheiro, 20,3% disseram que vão gastar com alimentação e 8,7% responderam que gastarão com lazer. Comportamento de consumo Para Travassos, o comércio já tem sentido o resultado do esfriamento nas intenções de compras. Após três meses seguidos de queda, as vendas voltaram a subir 0,5% em maio, na comparação mensal, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, no entanto, a alta é de 5%. Mas está bem abaixo do boom de alguns anos atrás: as vendas no varejo saltaram 10,9% em 2010, subiram 6,7% em 2012, aumentaram 8,4% no ano seguinte, e encerraram 2013 com alta de 4,3%. “O comércio vinha crescendo acima da média da economia no ano passado, compensando o comportamento hesitante da indústria. Mas com esse esfriamento no consumo, não está mais conseguindo ajudar a economia, como no ano passado”, conclui o executivo da Fecomércio-RJ. Pacote do BC pode ter efeito inócuo no consumo Em socorro a uma possível estagnação no consumo e nos investimentos, o Banco Central (BC) anunciou na última sexta-feira (25) um pacote de medidas para ampliar a oferta de crédito no País – com um impacto estimado em R$ 30 bilhões. Uma delas, por exemplo, permitirá que metade dos recursos que os bancos são obrigados a depositar como reserva no BC (compulsório) sejam usados para operações de crédito e compras de carteiras de pessoas físicas e jurídicas de outras instituições. Na opinião do professor de finanças do IBEMC/RJ, Nelson de Souza, o pacote é uma tentativa de "fazer omelete sem quebrar os ovos". “O efeito da medida será muito pequeno. O problema hoje não é só de oferta de crédito, mas de confiabilidade”, explica. Souza acrescenta que já há recursos suficientes para emprestar no mercado, mas os bancos têm receio de liberar os recursos para um consumidor já endividado, temeroso e incerto de sua capacidade de pagamento. Os possíveis efeitos do pacote do BC serão sentidos daqui a dois meses. O resultado da maior disponibilidade de recursos será comparável a uma redução na taxa de juros (Selic), na visão do docente. Nas últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC decidiu manter a taxa em 11%, após nove altas consecutivas. “Seria possível dar uma contribuição mais efetiva se o governo reduzisse o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] cobrado sobre os financiamentos, o que tornaria o crédito mais barato ao consumidor”, opina o professor.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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