Publicada em 21 de Novembro de 2013 �s 08h48
As duas principais cooperativas apícolas do Piauí – Casa Apis, de Picos; e Comapi, de Simplício Mendes – começaram os preparativos para a repatriação das abelhas que foram retiradas do Semiárido piauiense e levadas para o estado do Maranhão, uma experiência patrocinada pelo Governo do Estado com o objetivo de recompor o plantel dizimado pela seca.
Ao todo, serão cinco mil colméias que viajarão 900 quilômetros no retorno ao Semiárido, repovoando a área de maior produção de mel natural do Piauí. O mel natural produzido na região é um dos principais itens da pauta de exportações do estado, comércio prejudicado nos últimos dois anos pela ausência de chuvas.
"O governo tem uma participação decisiva nesta operação de salvação do nosso plantel. Sem essa ajuda, tudo ficaria muito mais difícil", reconhecem Wellington Dantas, da Casa Apis, e Paulo José, da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes. Segundo Wellington Dantas, as duas mil colméias equivalem a 15 cargas de caminhões, despesas que estão sendo bancadas pelo Governo do Estado desde o início do processo, no mês de junho.
Os investimentos no processo migratório ficam em torno de R$ 250 mil, incluindo, além do transporte, gastos com alimentação dos apicultores, vestimentas de proteção, locação de áreas para instalação de apiários e de casa para hospedagem da equipe de apoio. Também foram locadas duas unidades de beneficiamento do mel e um trator para abrir vias de acesso aos apiários.
No período, as cooperativas esperam produzir cerca de 125 mil quilos de mel, que vão garantir uma receita de aproximadamente R$ 650 mil.
Sem a migração das abelhas, o setor apícola do Semiárido estaria inviabilizado, praticamente sem produção. A seca destruiu a flora silvestre da região. “É maior seca que se tem notícia”, garante Paulo José, diretor da Comapi. Segundo ele, o estado perdeu 75% de seu plantel de abelhas nos últimos dois anos.
Ele explica que, em 2012, choveu 220 milímetros na região, enquanto a média anual em inverno normal fica entre 500 e 600 milímetros.. Este ano ainda não choveu, mas os apicultores nutrem a esperança de que 2014 será bem melhor.
"Chovendo, a apicultura do Piauí ganhará um novo impulso, tendo em vista o apoio do Governo do Estado, principalmente aos pequenos produtores, que ganharam equipamentos e agora vão trabalhar com mais segurança e com mais eficiência", conclui.