Apesar de estar com os recursos bloqueados pela Justiça, a empresa Telexfree (Ympactus Comercial Ltda) deve realizar, entre 15 e 18 de dezembro, a 2ª edição de seu cruzeiro Extravaganza Telexfree.
A empresa está anunciando, nas redes sociais, a presença da dupla sertaneja Bruno e Marrone e da banda Cavaleiros do Forró.
Foi postada na página da Telexfree no Facebook, no último domingo (20), uma foto da dupla com a legenda: "Os ventos voltam a soprar a favor da TelexFREE". O anúncio do cruzeiro, bem como das atrações, tinha sido feito em 9 de maio.
A empresa, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida de operar no final de junho por acusação de praticar pirâmide financeira.
A operação do negócio está bloqueada por tempo indeterminado, a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC).
Telexfree é investigada por formação de pirâmide
A Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) foi proibida de realizar novos cadastros de clientes (chamados de "divulgadores"), bem como está impedida de efetuar pagamentos aos clientes já cadastrados, até o julgamento final do caso, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A ação contra a Telexfree faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga indícios de pirâmides financeiras pelo país. Outro caso sendo investigado no momento é o da empresa BBom, que fornece rastreadores de veículos.
A prática de pirâmide financeira é proibida no Brasil e configura crime contra a economia popular (Lei 1.521/51). Com promessas de retorno expressivo em pouco tempo, os esquemas de pirâmide financeira são considerados ilegais porque só são vantajosos enquanto atraem novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
Vice-presidente do Senado diz que clientes 'entraram em roubada'
O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), pela primeira vez se manifestou sobre o imbróglio envolvendo as empresas do chamado marketing multinível, investigadas por formação de pirâmide financeira --como Telexfree e BBom.
Viana usou a sua fan page no Facebook, nesta quarta-feira (23), para dizer que os divulgadores dessas empresas "entraram em uma verdadeira roubada".
Ele citou o caso das empresas Bbom e Telexfree (Ympactus Comercial Ltda), e se disse preocupado com o "verdadeiro drama de milhares de pessoas do Acre e de outros Estados".
"Não são donos de empresas, não são investidores e, além de não ganharem dinheiro, perderam o pouco que tinham", escreveu.