Enterro de DG emocionou moradores do Pavão-Pavãozinho
A Anistia Internacional do Brasil divulgou uma nota exigindo que seja devidamente investigado e os autores responsabilizados pelo assassinato do dançarino DG, o Douglas Rafael da Silva, e 26 anos, e também de Edilson Silva dos Santos, 27 anos, ambos mortos na terça-feira (22), no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul.
Imagem: Cacau Fernandes/Agência O DiaClique para ampliarEnterro de DG emocionou moradores do Pavão-Pavãozinho Na nota, a organização declarou que espera uma investigação célere e independente das duas mortes, considerando que há suspeitas de que teriam sido cometidas por policiais militares.
A Anistia Internacional lamentou ainda na nota o índice de homicídios de jovens em territórios de favelas e periferias, que, segundo a organização, é alarmante. Citou também que dados da ONU (Organização das Nações Unidas) dão conta de que a polícia brasileira estaria entre as que mais matam no mundo.
Outros dados sobre a violência entre os jovens foram apresentados na nota: no Rio de Janeiro, de 2002 a 2011, foram registradas 10.134 mortes decorrentes de intervenções policiais.O Brasil apresenta uma das taxas de homicídio mais altas do mundo, com registro anual de 50 mil mortes por ano. Entre os jovens, a proporção é duas vezes maior se comparada com a idade adulta. Entre os jovens brasileiros que morrem, 78% são negros.
Diante do contexto de violência, a Anistia Internacional pede não apenas que as mortes sejam esclarecidas, mas que seja reconhecida a necessidade urgente de mudanças estruturais na organização das polícias, que, de acordo com a organização, incluem a desmilitarização, o aumento da transparência e a implementação de um controle externo efetivo das atividades policiais.
DG teve o corpo encontrado em uma creche no morro. A primeira versão levantada pela polícia sobre a morte do rapaz foi de queda, mas laudo do IML identificou morte por perfuração no pulmão. Ele tinha pelo menos uma marca de tiro no corpo. Revoltados com a morte do dançarino, moradores realizaram um protesto violento na comunidade.
Na confusão, Edilson foi morto com um tiro no rosto. De acordo com moradores, ele estava entre os manifestantes, desarmado. O manifesto era monitorado por policiais munidos de arma de fogo.