A corrente de solidariedade em prol da saúde do pequeno Caio Rodrigues continua. A batalha do menino de cinco anos que tem leucemia e não tinha condições de pagar um transplante de medula óssea no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, comoveu os piauienses em outubro de 2012. Agora, nove meses após o procedimento, a doença de Caio retornou e o seu doador anterior, o irmão caçula Leonardo Rodrigues, não pode ser novamente o doador. Por conta disso, neste sábado (28) amigos e familiares do menino fazem a campanha “Doe vida em vida! Doe medula”.
A mobilização acontece nos hemocentros de Teresina (PI), Brasília (DF) e Petrópolis (RJ). Segundo a jornalista Samia Menezes, uma das organizadoras da ação, a intenção é ampliar o cadastro de doadores de medula óssea e com isso, conseguir um doador para o pequeno Caio.
Há muitas pessoas que são doadoras de sangue, no entanto, não disponibilizam medula óssea para outras pessoas. Logo, com este ato queremos sensibilizar quem é doador de sangue para que também seja doador de medula. Desejamos também mostrar a importância deste gesto que pode salvar muitas vidas”, justifica.
Sâmia explica que apenas com uma coleta de 10 ml de sangue, como em um exame sanguíneo simples, o voluntário ficará cadastrado no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), onde estará disponível para portadores de leucemia de todo o mundo que precisem de um Transplante de Medula Óssea (TMO).
A mãe de Caio, Lara Rodrigues, acredita que quanto maior for o número de doadores maior será a possibilidade de encontrar uma pessoa combatível com seu filho. Durante entrevista ao G1, ela explicou porque o irmão de Caio não pode mais ser o doador e esclarece as razões pelas quais o menino precisa de uma medula óssea de uma pessoa que não seja seu parente.
“O transplante de Medula Óssea (TMO) é uma medida para que a doença não volte. Logo,o paciente precisa acabar com a doença para só então seguir para o TMO. No caso do Caio, não foi possível acabar totalmente com a leucemia. Então ele fez o transplante com uma doença residual. Isso não era bom. Uma medica aqui em São Paulo chegou a me dizer que o índice de retorno da doença nesses casos era de 80%. Mas infelizmente, as tentativas de acabar totalmente com a doença não tiveram êxito e ele teve que fazer nessas condições. Após a medula do Caio esta destruída, ele recebeu a nova medula. Tudo correu muito bem e Caio não teve nenhum tipo de rejeição, a medula do irmão era muito compatível com a sua. Acontece que no caso dele isso não era o ideal”, esclarece Lara Rodrigues.
Apesar do sofrimento ao saber que o nascimento de Leonardo Rodrigues não contribuiu para salvar a vida do irmão, a mãe de Caio está confiante e acredita que encontrará um doador para seu filho.
“Quando Caio precisou de TMO pela primeira vez e não sabíamos da compatibilidade do Leozinho, ele foi inscrito no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea(Rereme). Agora seu cadastro foi reativado e já temos quatro possíveis doadores, no entanto, estas pessoas ainda precisam passar por exames e saber se eles querem doar a medula óssea. Já que muitas pessoas desistem do procedimento. Estão confiantes de que eles não vão mudar de ideia e, caso mudem encontraremos um novo doador ”,afirma.
Entenda o caso
Em junho de 2010, Lara Rodrigues descobriu que o filho Caio Rodrigues de dois anos estava com Leucemia Linfoide Aguda. Ela conta que o tratamento começou assim que a doença foi descoberta,entretanto, com o passar do tempo o quadro clínico do menino mudou de médio para alto risco, sendo necessária a realização de exames em São Paulo. Diante da batalha que o filho enfrentaria, os pais de Caio largaram os seus empregos e mudaram para a capital paulista.
Depois de dez meses do início dessa jornada, Lara sentiu a necessidade de engravidar, pois a doença de Caio já estava controlada e não se falava na indicação de transplante. E faltando dois meses para o fim do tratamento, que era de dois anos, a família recebeu a triste notícia que de que a leucemia voltava a habitar o corpo de Caio.