Piaui em Pauta

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Amanda Djehdian: 'Sei que não

Amanda Djehdian: 'Sei que não sou fácil'

Publicada em 09 de Maio de 2015 �s 12h41


 Do alto do salto de 10 centímetros, Amanda Djehdian passou uma tarde com QUEM e mostrou uma característica rara diante de tanto assédio pós-BBB: está com os pés no chão. O passo firme combina com a fala: sem tropeços.

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Vice-campeã da 15ª edição do reality show, a empresária paulistana relembra a vida que levava antes do confinamento e mostra-se à vontade com abordagens dos admiradores. Dona de um riso solto, ela não foge às perguntas. "O que eu vejo que não tem importância para mim, eu passo como se nada tivesse acontecido. O que é bom para mim, eu jogo lá em cima. O que não é tão bom, vejo como dá para resolver. Sou assim a vida inteira", disse ela, que durante o confinamento foi líder quatro vezes, movimentou o edredon outras tantas na companhia de Fernando Medeiros, caiu na gargalhada e se emocionou em incontáveis momentos durante mais de 80 dias de confinamento.

QUEM: Passado um tempo após a saída do BBB, já deu para colocar a vida no lugar? Como avalia a recepção?
AMANDA DJEHDIAN: Luto para ter igualdade em tudo. Quando chega uma mulher como eu, que dá a cara à tapa e faz tudo o que quer em um programa, há quem critique. O que me assustou um pouco foi ver que há críticas de mulheres. Mesmo assim, faria tudo de novo. Batalho sozinha. Levantei a loja quando meu pai faleceu. Eu não sabia nem o que era uma nota fiscal. Fui estudar administração quando terminei a faculdade de educação física.

QUEM: Por conta de loja de 1,99?
A.D.: Tinha vergonha de não saber o que estava fazendo. Não queria que as pessoas dissessem que eu não saberia tomar conta de nada do que meu pai deixou. O imóvel da loja tem mais de 30 anos. Primeiro, tínhamos uma loja de calçados. Virou loja de 1,99 há 17 anos. Há oito, eu administro sozinha. É uma postura minha de lutar, de ir atrás do que vai dar certo ou não. No Brasil, acho que ainda existe um lado machista muito forte, onde o homem pode tudo e a mulher não. As críticas não me abalaram. Apesar de ter existido críticas negativas, muitas mulheres se identificaram [com a situação que vivi na casa]. Sou uma mulher de atitude, não só para relacionamentos. Tenho atitude para tudo.

QUEM: Você tinha consciência de que era uma das protagonistas do BBB, com seu teretetê...
A.D.: Meu teretetê começou logo no início do programa. Depois, quando ele [Fernando Medeiros] foi líder e me chamou para ver o filme no quarto, eu não recusei. Fomos eu e a Tamires. Eu queria comer (risos). Falei para Tami: ‘Vamos, mig. Pelo menos, a gente vai comer no quarto do líder’. Quando eu saí do quarto, achei que ele não tinha falado o que tinha para falar. Fiquei com essa impressão e comentei com a Tami. A galera que viu o pay-per-view sabe que não fui atrás dele. Na edição, ficou essa história de que eu fui atrás dele. A crítica que vem é de quem não via o pay-per-view.

QUEM: Durante sua permanência na casa, muito foi falado sobre as olheiras. Ao saber disso, você se magoou?
A.D.: Quando saí da casa e soube que estavam falando as minhas olheiras, eu pensei “jura?”. Tenho um humor que não foi bem interpretado no programa. Sou a primeira a me escrachar. Acho normal tanto que, aqui fora, o que mais escuto é que as minhas olheiras não chamam tanto a atenção assim. O apelido 'Apandinha’ achei muito fofo. Teve gente que saiu da casa e não ganhou apelidos tão legais quanto o meu. Adorei.

QUEM: Como a sua família reagiu a sua participação no BBB?
A.D.: A parte negativa foi mínima. Meu irmão sempre me defendeu ao extrema. Minha irmã sempre foi muito parcial. Tudo o que sou escrachada, minha irmã é tímida. Quando eu falava que iria para o Big Brother, ela ficava morrendo de medo. Queria ir pelo dinheiro. Mas, por mais que eu falasse, nunca me inscrevi. Esse foi o primeiro, no dia 1 de agosto do ano passado, aniversário de morte do meu pai, decidi me inscrever.

QUEM: Você já declarou que o pior momento do BBB foi a saída da Tamires, sua companheira de aventura inclusive depois do programa, foi o pior momento dentro da casa. E o melhor?
A.D.: Minhas lideranças foram os momentos que me deixaram mais feliz. Em especial, a primeira. Tinha voltado de um paredão e meu primeiro paredão foi paredão de final. Eu achava que fosse sair. Queria levantar com dignidade. Na minha cabeça, o público queria ver o casal [Aline e Fernando]. Neste BBB, nos julgavam individualmente. Não julgavam por grupo ou por casal. Uma imagem para me definir a minha participação no BBB, é aquela imagem em que não sou anunciada como a eliminada, eu tinha ficado. Achava que eu cairia.

QUEM: Achou que sairia odiada?
A.D.: Achei, sim. Até eu ir para o paredão [disputado com Mariza e Aline]. Eu e Mariza ficamos. O Rafa que me alertou que a Mariza era figurante naquele paredão. Meu medo era sair da casa e o pessoal achar que eu não fosse uma pessoa do bem. Temia que as pessoas achassem que eu era uma pessoa ruim. A imagem que me define sobrevivendo ao paredão é digna de comemoração em final de Copa.

QUEM: Após sua saída do BBB, você passou a ter vontade de seguir carreira na TV?
A.D.: Quando era pequena nunca fiz o tipo “quero ser modelo, atriz e bailarina”. Sempre fui muito descarada e sem pudores com o corpo. Tudo o que me predisponho a fazer, quero fazer bem feito. A primeira vez que peguei em um microfone foi para fazer a reportagem do Gshow. Não sabia que tinha desenvoltura.não me deram uma pauta, fiz pela cabeça. Soube fazer e brincar. Sou desinibida. Já tenho algumas propostas, mas você não vai me ver em nada querendo aparecer desesperadamente. Prefiro ficar seis meses sem aparecer e quando aparecer ser vista fazendo algo bem feito. Não vou sair por aí aparecendo de calcinha só para aparecer. Isso eu garanto.

QUEM: Você fez um ensaio sensual bem ousado para o Paparazzo. E a chance de posar nua em uma revista masculina?
A.D.: Ah, o Paparazzo foi bem ousado e ficou bem bonito. Não tenho pudor. Acho o corpo da mulher muito bonito. E eu tive a sensualidade na casa. É clichê falar, mas eu fui eu na casa. Não é meu esse estilo muito menininha. Nunca fui dengosa. Agora, posar nua? Ensaio nu tem que ser bonito, a gente pode ver, negociar. Nunca foi um sonho posar nua. Se for me agregar, ok. Se for só para aparecer e a grana não for legal, eu não farei. Não daria para fazer um angelical. Não tenho jeito de garota meiga.

QUEM: Mas você tem um lado menininha?
A.D.: Quando estou namorando, tenho esse lado. Gosto de ser cuidada. Mas, por exemplo, se queimar uma lâmpada, sei trocar. Agora, se o namorado está ali, eu vou pedir para ele. Mesmo que ele faça tudo errado.

QUEM: Gosta de namoro, de compromisso?
A.D.: Tive poucos namoros, mas todos de muito tempo. Tinha terminado um relacionamento em janeiro do ano passado e fiquei enrolada até agosto. Depois disso, fiquei solteira. Acordo te amando e já desapaixonei na hora de dormir. Sempre fui muito fiel. Nunca traí, apesar de ser muito desorientada. Prefiro falar a verdade, terminar em vez de dar um tempo.

QUEM: E já foi traída?
A.D.: Já fui traída, sim. Tinha uns 20 anos e o cara tinha essa idade também. Nem levo tanto em consideração. Eu sei que não sou fácil. Acordo de um jeito e termino de outro.

QUEM: O programa mostrou que você é uma mulher que corre atrás do que quer. A questão do Fernando, por exemplo, você batalhou?
A.D.: Quem viu pelo pay-per-view sabe que foi mútuo. Eu quis, ele quis. Ponto. Eu nunca desesperei, batalhei... As coisas foram acontecendo.

QUEM: A frase “eu nunca ouvi um eu te amo” também marcou sua passagem pelo BBB.
A.D.: Tenho um ex-namorado que veio me perguntar: “Tem certeza que eu nunca te disse eu te ano?” Tenho. Ele tinha dito que eu era a mulher da vida dele, mas “eu te amo” não.

QUEM: Tem muitos ex?
A.D.: Três. Comecei a namorar aos 17.


QUEM: Durante nossa conversa, seu celular apitou e era o grupo de ex-BBBs no Whatsapp. Como funciona esse grupo, quem participa?
A.D.: Nem sempre dá para falar e acompanhar tudo o que é falado. Conversamos eu, Tami, Rafa, Talita, Adrilles...

QUEM: E o Fernando?
A.D.: Conversar com ele? É claro que seu eu encontrá-lo, eu vou conversar. Mas é mais difícil encontrá-lo. Somos de cidades diferentes. Até a Tami, que é praticamente min há vizinha de bairro, é difícil de encontrar. Nossas agendas não batem. Jamais vou deixar de falar com ninguém.

QUEM: Até com a Aline?
A.D.: Sim, eu tenho educação. Eu posso saber quem não gosta de mim, mas nunca vou tratar mal. Minha mãe me deu educação. Eu nunca desejei mal para ninguém. Paciência se gostam de mim ou não, eu vou tocar a minha vida. Temos que aprender a respeitar as pessoas. Me respeitando, eu respeitarei. São pessoas que fizeram parte da minha vida por um momento. Não é da minha pessoa destratar alguém.

QUEM: Se você tivesse que mandar um ‘cala boooooca’, sonoro como no BBB, para quem seria?
A.D.: Alguém lá da casa? Ah, sou fina. Não mandaria um "cala a boca" para ninguém (risos).

QUEM: Daqui dez anos, acha que vão se lembrar como de você?
A.D.: Não sou uma lente de aumento, sou um telescópio. Tudo comigo toma grandes dimensões. Vou ser lembrada pela menina que batalhou e que não teve medo de se expor.


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Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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