Publicada em 09 de Setembro de 2015 �s 13h07
A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) realizou, nesta quarta-feira (9), Sessão Solene em homenagem ao Dia Estadual da Consciência Negra, comemorado no dia 6 de setembro. A homenagem foi proposta pelo deputado Aluísio Martins.
Grupos culturais afros como Coisa de Nêgo, os Yabás, o Condarte, Aspaja e Renafro estiveram presentes à solenidade, que contou com a presença da diretora de Direitos Humanos da Sasc, Conceição Silva; da coordenadora da Igualdade Racial da Sasc, Assunção Aguiar; do secretário estadual da Justiça, Daniel Oliveira; da vereadora Rosário Bezerra, representando a Câmara Municipal de Teresina; da delegada da Delegacia da Mulher, Vilma Alves; do defensor do núcleo de direitos humanos da Defensoria Pública do Piauí, Igor Castelo Branco, entre outros.
“A Sasc, por meio da diretoria dos Direitos Humanos, vem atuando de forma cada vez mais intensa para combater de forma eficaz, qualquer que seja o tipo de racismo ou preconceito”, ponderou o secretário de Estado da Assistência Social e Cidadania, Henrique Rebelo.
A diretora de Direitos Humanos da Sasc, Conceição Silva, destacou a importância da data em seu discurso: “Esperança Garcia, a escrava negra que denunciou os maus tratos que sofria em 1770, em carta ao então governador do Piauí, é importante não apenas para nós, mulheres negras, mas também para todos os piauienses e brasileiros. Ela é o símbolo da liberdade e da ousadia contra as injustiças. Hoje não é somente um dia de comemoração, mas um dia de luta, de resistência e da busca incessante pela igualdade. Viva o povo negro do Piauí!”, conclamou ela da tribuna.
Às 17 horas desta quarta-feira (9), no Memorial Zumbi dos Palmares, será realizada uma palestra com o tema “Dia Estadual da Consciência e a Importância de Esperança Garcia para o Movimento Negro no Piauí”, ministrada pelo professor Solimar Oliveira. Na sexta-feira (11), a partir das 18h, na Praça Pedro II, será promovido o Samba Rex, em homenagem à Esperança Garcia.
Quem foi Esperança Garcia
Esperança Garcia foi uma escrava que morava em uma das dezenas de fazendas que, com a expulsão dos Jesuítas, passaram para administração governamental, e que, em 1770, escreveu uma carta ao governador do Piauí denunciando os maus-tratos de que era vítima por parte do feitor da fazenda. Salvo erro, é a segunda carta mais antiga até agora conhecida no Brasil manuscrita e assinada por uma escrava negra, e que revela não só os sofrimentos a que estavam condenados os cativos.
Depois da descoberta da carta, anos depois, Esperança Garcia, até então desconhecida, passou a simbolizar o ideal de liberdade dos negros do Piauí. Diante disso, foi colocado seu nome em um hospital de Nazaré do Piauí. O dia em que ela datou sua carta, 6 de setembro, passou, por lei, a ser comemorado o Dia Estadual da Consciência Negra.