Já são cinco anos de seca prolongada e mais de 110 mil pessoas sofrendo os feitos da estiagem no sertão do Piauí. Diante da situação, alguns agricultores decidiram abandonar a lavoura.
Seu Magno Carlos Santana foi obrigado a aposentar a enxada e foice porque não conseguiu colher nada desde o ano passado. Onde antes havia feijão e mandioca hoje, há apenas mato seco. Quem se arriscou e manteve o cultivo teve prejuízo de 80%.
A barragem Portela em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí, que abastece quatro municípios está com a capacidade abaixo do normal, atualmente possui apenas 12% de sua capacidade. Na zona rural do município, 27 carros pipas abastecem a população que tem dificuldades de encontrar água.
São Raimundo Nonato e outras 151 cidades decretaram estado de emergência. Entre os estados do Nordeste, a situação no Piauí é que a mais preocupa.
O agricultor Jurandir de Araújo se lembra dos tempos em que a barragem estava com volume normal. Segundo ele, a medida que o volume de água reduz, a plantação e criação de animais são prejudicados.
A água turva que sai da barragem Portela serve para abastecer a população. A agricultora Graciela Santana reclamou da qualidade do liquido que chega a sua residência.“Aqui é ruim de sobreviver porque a água é salgada", contou.
A água que é utilizada com restrição dentro de casa faz falta na roça. Benedito Paes Landim lamenta a situação que vive e reza para que Deus volte a mandar chuva para o sertão. "Sem chuva até os bichos morrem", disse.
Já a agricultora Maria dos Anjos Pereira afirmou que continua acreditando que esta situação vai mudar e por isso continua plantando."Eu gosto de roça. tenho fé em Deus que a barragem portela vai voltar a encher.Eu não voou perde a esperança e enquanto eu estiver força vou continuar plantando", disse.