O deputado Gustavo Neiva (PSB) anunciou reunião do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na próxima quinta-feira, quando se dará continuidade à votação sobre a subconcessão da Agespisa. Segundo o deputado as condições são de que a decisão da corte seja desfavorável ao Governo do Estado, "uma vez que o placar já é de quatro votos contrários à licitação que foi feita com vários vícios e que resultou em ação do Governo", afirmou. Ele apelou para que o governador acate o resultado da votação no TCE e retome a Agespisa para o Estado, pois atualmente são os engenheiros da empresa que estão servindo à nova gestora.
Gustavo Neiva citou irregularidades na licitação, como a demonstração de capacitação da Egea baseada numa cidade de quatro mil habitantes, o que não poderia valer para uma capital como Teresina, com mais de um milhão de habitantes, defendeu o deputado. Para o ele, o grande erro do governo foi ter assinado a subconcessão sem uma decisão final da Justiça. A empresa Águas de Teresina, na visão do deputado estaria gastando com propaganda enganosa sobre sua atuação, além de já ter pago ao governo a metade do valor da concessão.
O deputado Dr.Pessoa (PSD) disse sem aparte que quando foi vereador de Teresina já se preocupava com os problemas no abastecimento de água, sempre achando que o problema da empresa era de gestão, pois muitos dos que passaram por lá se apropriaram dos recursos, excesso na gestão Freitas Neto, que fez foi organizar a empresa.
O deputado Rubem Martins (PSB) também ofereceu aparte para citar o exemplo do Estado do Ceará, que privatizou a empresa de abastecimento de água com as mesmas irregularidades do Piauí, mas teve que desmanchar o contrato. Ele disse acreditar que o governador Wellington Dias terá que “vomitar” o dinheiro da privatização, estimado em R$ 80 milhões. Ele convidou a população para comparecer ao Tribunal de Contas na quinta-feira, garantindo que também irá assistir à sessão que vai decidir sobre a privatização da Agespisa.
O último aparteante foi o deputado Robert Rios (PDT) que comparou a empresa Águas de Teresina a uma organização criminosa, que segundo se comenta teria feito um acordo para investir na reeleição do governador. Ele disse que um lucro de R$ 20 milhões por mês mostra que a empresa que hoje cuida do abastecimento de água em Teresina está ganhando mais dinheiro do que se tivesse negociando com cocaína.
Gustavo Neiva concluiu seu pronunciamento insistindo para que o governador acolha o resultado da votação pelo TCE, deixando de recorrer novamente à Justiça, o que seria uma demonstração de grandeza, já que o Estado está vivendo um momento de crise, sem ter certeza de que pagará a segunda parcela do 13º salário.
Raimundo Cazé - Edição: Katya D'Angelles