O pré-candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves (MG), recebeu nesta terça-feira o primeiro apoio oficial de um partido para a sua candidatura, o Solidariedade. Além de acrescentar 40 segundos ao seu tempo de propaganda de rádio e televisão, o aliado terá por objetivo permitir a entrada do tucano no meio sindical. Isso porque o presidente da legenda é o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho, dirigente da Força Sindical, a segunda maior central sindical do País.
Presente no ato hoje, ele disse que o apoio a Aécio ocorre pelo fato de o senador ter assumido "compromissos com os trabalhadores, como a correção da tabela do Imposto de Renda, a política do salário mínimo e a valorização do salário dos aposentados". No ato, foi entregue ao senador um manifesto com 21 propostas do partido a um eventual mandato presidencial. São questões que vão de política industrial à questão da mulher, em um documento de 29 páginas. saiba mais Dilma lidera com 37% de intenções de voto; Aécio tem 20% Marina diz que PSDB de Aécio tem o cheiro da derrota no 2º turno PT aprova indicação de Dilma, e Lula afirma que não há outro candidato Berzoini diz que o movimento Volta, Lula não terá efeito prático Manifesto da bancada do PR pede candidatura de Lula no lugar de Dilma Leia mais sobre Eleições 2014
O manifesto tem, também, severas críticas à gestão atual, da presidente Dilma Rousseff. Segundo o Aécio, a oposição ao governo é que une os dois partidos: "É uma caminhada que começa de forma adequada, discutindo o Brasil, apontando os equívocos do atual governo, que nos legará uma herança maldita de inflação alta, crescimento baixo e uma perda crescente da nossa credibilidade, o que afeta os investimentos e por consequência renda e empregos no Brasil" afirmou Aécio. Paulinho também aproveitou para sugerir ao senador o nome do presidente da Força , Miguel Torres, para compor sua vice. O tucano, no entanto, afirmou que o nome do indicado deve ser anunciado apenas no início do próximo mês de junho.
PP
A ala do PP favorável a levar o partido a apoiar Aécio intensificou hoje os esforços para atrair o partido para a candidatura do tucano. O governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), no cargo desde o início deste mês no lugar de Antônio Anastasia (PSDB), reuniu-se com a bancada do partido na Câmara e defendeu o apoio ao tucano. "Entendemos que o governo está exaurido na sua proposta e que o senador Aécio Neves reúne as condições para ser futuro presidente da nação", afirmou.
Ele explicitou dissidências internas na legenda, que hoje dirige o Ministério das Cidades. Até o momento, Minas é o único Estado em que o PP fechou questão com o nome do tucano. Mas ele destacou que diretórios importantes, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás, têm chances de seguir o mesmo caminho. A decisão sobre o apoio do PP deve ser tomada numa convenção marcada para junho.
Também hoje, a senadora Ana Amélia (PP-RS), pré-candidata a governadora, e que será palanque de Aécio no Rio Grande do Sul, defendeu a neutralidade do partido nessas eleições. "O presidente (do partido) sozinho não pode deliberar sobre apoio sem a convenção e sempre há um racha nas convenções. A neutralidade é uma saída inteligente, estratégica. Evita o constrangimento de ter que explicar ao eleitor as diferenças de acordos regionais e nacionais". (Colaboraram Ricardo Della Coletta e Débora Álvares)