O administrador Paulo César Loureiro de Carvalho prestou queixa crime na Central de Flagrantes contra dois delegados da Polícia Federal do Piauí, acusando de agressão física durante o Corso de Teresina. Segundo a acusação os delegados, identificados como Olegário Nunes e o outro Alex Santos. Os delegados explicaram o fato através de nota oficial.
Paulo César conta que estava voltando do Corso com a namorada, subiu a alça da Ponte Estaiada e seguiu na avenida Dom Severino em busca de táxi, sem sucesso. A namorada, que estava usando sandália de salto alto, se cansou e eles pararam em frente Edifício Manhattan. Paulo pediu que ela tirasse a sandália para descansar.
Nesse momento, segundo a vítima, passaram quatro homens e três mulheres. Um deles dirigiu-se para ele e disse: "Olha aí os dois vagabundos". Ele revidou e perguntou porque estavam chamando de vagabundo. A pessoa teria dito: "Você sabe com quem está falando?" e o administrador disse que ele também teria que saber com quem estava falando.
Paulo César conta que um dos quatro homens, então, deu uma gravata por trás, imobilizando-o. Dos quatro, dois foram identificados pela vítima como Olegário e Alex. O primeiro murro, segundo a vítima, teria sido dado por Alex, no olho. Olegário teria dado dois murros e as três mulheres partiram para cima da namorada, jogando-a no chão.
O adminstrador mostra os ferimentos e hematomas no rosto. "Eles começaram a dizer que eram policiais e que eu tinha que calar a boca", disse.
Ainda de acordo com Paulo César, na hora da confusão, uma pessoa gritou de cima do condomínio dizendo que tinha chamado a polícia e as agressões pararam. Os policiais teriam mandado eles encostarem na parede a polícia chegou. Três homens e três mulheres, além das vítimas, foram levados para a Central de Flagrantes.
O administrador diz que se sente indignado. "Quero que tudo seja apurado porque se as instituições que estão aí para nos proteger fazem isso como fica a credibilidade delas junto a sociedade?", disse a vítima.
O advogado José Vinícius Farias dos Santos representa o casal e é membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Ele afirma que, depois que os fatos forem totalmente esclarecidos, vai oficiar à Comissão. Segundo ele, essa questão será apurada nas esferas administrativas, civil e criminal.
"Não podemos admitir que a polícia federal, uma instituição que mais tem prestígio na sociedade, tenha uma pessoa desequilibrada, que macule o prestígio da instituição. É muito grave o envolvimento de um profissional que é pago e foi treiando com o nosso dinheiro para proteger a sociedade tomar uma atitude dessa, distribuindo uma violência gratuita e covarde. Demonstra falta de preparo do profissional. Vivemos num estado democrático de direito e eles não tinham o direito de fazer isso. Não vamos deixar isso impune. Vamos apurar todos os fatos e responsabilidades", disse o advogado.
Os delegados enviaram nota de esclarecimento sobre o fato. O delegado Olegário afirma que a namorada de Paulo César teria agredido verbalmente e fisicamente sua esposa.
Nota de Esclarecimento na íntegra
"Em esclarecimento aos fatos ocorridos na madrugada do dia 03/02/2013 e que vem sendo repercutidos na imprensa local e em redes sociais na internet, José Olegário Pereira Nunes e Alex Raniery de Freitas Santos, em respeito aos cidadãos piauienses, a seus familiares e amigos, vem a público esclarecerque na noite de 02/02/2013, após participarem da festa popular denominada “Corso”, quando já se dirigiam com suas esposas para a residência de um amigo, que também estava presente, com o objetivo de chamarem um táxi que os levaria de volta para suas respectivas residências, a Sra. Rayssa Maria Vale Caland de Abreu, que se encontrava acompanhada do Sr. Paulo César Loureiro de Carvalho, passou a promover agressões verbais contra a esposa de José Olegário de maneira gratuita e sem qualquer motivação aparente, talvez apenas decorrente da situação de embriaguez a que estava submetida a referida Senhora. As agressões verbais da Sra. Rayssa logo evoluíram para agressões físicas, o que ensejou a interferência por parte de José Olegário para separar sua esposa da briga. Nesse momento e de maneira súbita, José Olegário passou a ser agredido fisicamente pelo Sr. Paulo César.
A partir de então houve a necessidade de intervenção de outras pessoas, aí incluído a do Sr.Alex Raniery, para que se pudesse cessar agressões morais e físicas promovidas por Paulo César Loureiro de Carvalho e Rayssa Maria Vale Caland de Abreu.
José Olegário e Alex Raniery registram, ainda, que não foram presos e conduzidos à Central de Flagrantes por uma viatura da Polícia Civil, mas apenas acompanharam espontaneamente os Policiais Militares que compareceram ao local, ressaltando que ambos se recusaram a ir até aquela unidade policial utilizando de seus veículos particulares por terem a consciência de que já haviam ingerido bebida alcoólica acima do limite máximo permitido. Na Central de Flagrantes foram ouvidos e prestaram os esclarecimentos necessários, tendo sido formalizado dois procedimentos, um em que Paulo César Loureiro de Carvalho e Rayssa Maria Vale Caland de Abreu foram apontados como agressores e outro em que estes dois últimos se declararam vítimas de agressão.
Na manhã do dia 03/02/2013 se dirigiram ao Instituto Médico Legal, onde realizaram, juntamente com suas esposas, exames de corpo de delito para atestar as lesões que sofreram em razão das agressões de Paulo César Loureiro de Carvalho e Rayssa Maria Vale Caland de Abreubem como no esforço de conter o agressor Paulo César Loureiro de Carvalho.
Por fim, José Olegário e Alex Raniery ressaltam que há mais de dez anos prestam serviços à sociedade brasileira, mais especificamente à piauiense, o primeiro como Delegado de Polícia Federal, e o segundo como Policial Rodoviário Federal e posteriormente como Delegado de Polícia Federal, sempre pautando suas respectivas condutas no cumprimento das normas que regem uma sociedade civilizada, não havendo registro que os desabone, seja no âmbito profissional ou no pessoal, e que o desvirtuamento dos fatos em redes sociais e em órgãos da imprensa promovida pelos agressores Paulo César Loureiro de Carvalho e Rayssa Maria Vale Caland de Abreu, numa tentativa clara de se vitimizarem, será esclarecido durante a apuração dos fatos.
José Olegário Pereira Nunes e Alex Raniery de Freitas Santos"