O acampamento bolsonarista montado em frente ao 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina, foi desmobilizado por policiais militares, na tarde desta segunda-feira (9). Os oficiais cumprem decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem de desmonte de acampamentos bolsonaristas realizados nas imediações de quartéis generais foi determinada depois que radicais invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no domingo (8). As concentrações já foram desmobilizadas em pelo menos outros seis estados e no Distrito Federal.
Em Teresina, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocupavam a praça Floriano Peixoto, em frente ao 25º BC, desde o resultado do segundo turno das Eleições 2022, há mais de 60 dias. Vídeos mostram o momento em que policiais retiram do local materiais usados pelo grupo
Antes, os bolsonaristas chegaram a bloquear por cerca de 25 horas um trecho da BR-316, no bairro Tabuleta, Zona Sul da capital, em protesto contra o resultado democrático das urnas.
Nesta segunda-feira (9), o secretário de segurança pública do Piauí, Chico Lucas, informou que vai monitorar empresas de ônibus e voos que tenham partido do Piauí em direção a Brasília. Além disso, a SSP-PI disponibilizou o telefone (86) 99492-3705 para receber informações e identificar piauienses que tenham participado de atos terroristas, golpistas e antidemocráticos de vandalismo contra as sedes dos 3 Poderes no Distrito Federal.
Chico Lucas comentou os atos desse domingo (8) em comparação com atos anteriores ocorridos no país desde 2013. Ele disse que o ocorrido não tem precedentes e que não pode ser tolerado ou contar com a conivência de quaisquer agentes públicos.
"Todas as manifestações são legítimas desde que não depredem. Nos atos anteriores, não houve destruição do congresso, do palácio do planalto e do STF. Essa falsa equivalência é perigosa. Antes, não foram atos patrocinados por empresários, não tiveram dinheiro de militantes políticos e não defendiam o fim da política. Não podemos normalizar o fascismo no Brasil. Querem acabar com o estado democrático de direito. Aqui no Piauí não vamos tolerar. Quem achar que é normal não vai contar com nossa leniência", declarou.
Reforço da PM-PI
Além disso, 20 policiais da tropa de choque da PM-PI embarcaram para Brasília para auxiliar o Governo Federal a combater atos antidemocráticos. O número se soma a 40 oficiais enviados pela Força Nacional.
Chico Lucas frisou ainda que o envio não repercutirá em diminuição de policiais no Piauí. “O governador aumentou o efetivo local ao comprar folgas de alguns policiais. Além disso, reforçamos o policiamento em pontos simbólicos da cidade”, relatou.
Gabinete de Crise
A Secretaria de Segurança Pública do Piauí instituiu um gabinete de crise contra atos antidemocráticos. O gabinete pretende auxiliar os órgãos de investigação na produção de provas e receber informações sobre as ações planejadas contra a República.
Situação no Piauí
Segundo o secretário de segurança, Chico Lucas, no Piauí, grupos de apoiadores ou manifestantes que se deslocaram à Brasília, ainda não foram identificados.
“ Vamos agir em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Eles recebem os itinerários dos ônibus, a placa, o motorista e a quantidade e identidade dos passageiros. Vamos cruzar essas informações com as imagens que temos, e ajudar nas investigações que são conduzidas pelo Ministério de Justiça”, pontuou.