Balcão de Empregos do Sistema Nacional de Emprego, no Centro do Rio RJ
Imagem: O GloboBalcão de Empregos do Sistema Nacional de Emprego, no Centro do Rio RJO mercado formal de trabalho teve em maio a terceira piora seguida na geração de empregos, em relação ao mesmo período de 2013. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que será divulgado na próxima semana, já é conhecido pela presidente Dilma Rousseff. Em maio do ano passado, o saldo entre contratações e demissões foi de 72 mil. No mês passado, esse número caiu quase à metade.
Foi o pior desempenho para o período nos últimos dez anos. Em maio de 2003, o saldo foi de 140 mil vagas. No mesmo período de 2009, quando o país sentia os impactos da crise internacional, foram criados 131,5 mil postos. saiba mais Brasil é o décimo país que mais ganhou profissionais em 2013. Emirados Árabes é o primeiro 8 passos para transformar uma demissão em boa notícia As habilidades mais valorizadas em 4 áreas profissionais Pesquisa aponta que mulher bonita tem mais chances profissionais Prefeitura de cidade na Suécia institui jornada de 6 horas Leia mais sobre Mercado de trabalho
O principal motivo dessa menor geração de vagas é a retração acentuada da atividade industrial, que deve vir com saldo negativo em maio, com as demissões superando as contratações. A estagnação da economia como um todo também pesa nesse resultado.
O mercado projeta em torno de 100 mil vagas geradas em maio, bem acima dos números que chegaram ao Palácio do Planalto. Diante do ritmo fraco, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, deverá rever no próximo mês a meta de criação de postos de trabalho para o ano, estimada inicialmente entre 1,4 milhão e 1,5 milhão. Até abril, o saldo foi de 458.145 vagas.
Na avaliação de especialistas, a piora nas expectativas para a produção industrial e para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) não aponta para uma recuperação do mercado de trabalho no segundo semestre.
— A geração de empregos neste ano deverá ficar abaixo do ano passado - prevê o professor do departamento de Economia da PUC-Rio José Márcio Camargo.
O economista Leandro Câmara Negrão, do Bradesco, destaca que a indústria vem eliminando postos de trabalho e a situação é preocupante. Ele citou também o desempenho fraco do comércio, que fechou 60.587 vagas entre janeiro e abril. Houve desaceleração das contratações na construção civil e na agricultura. O quadro é mais favorável no ramo de serviços, que respondeu por 295.932 vagas até abril.
— De forma geral, o Caged está fraco, em linha com o ritmo de crescimento econômico — destacou Negrão.
Segundo especialistas, a taxa de desemprego só não está subindo porque menos pessoas estão à procura de emprego nas regiões metropolitanas.
— O mercado de trabalho vive uma situação curiosa de poucos empregos e taxa baixa de desemprego. Mas, em algum momento, isso vai mudar — disse Camargo.