Para tratar da vinda de mais 120 médicos cubanos para o Piauí até abril desse ano, o deputado Francisco Ramos (PSB), que por reiteradas vezes criticou o Programa Mais Médicos na Assembleia Legislativa, defendeu que o projeto logístico adotado pela Medida Provisória 621, para a execução do programa de saúde social, poderá não resolver o problema da saúde pública no Brasil, considerando o alto deficit na infraestrutura da rede pública brasileira.
Ele explicou que a finalidade do Programa Mais Médicos consiste no atendimento junto ao Programa Saúde da Família, destinado aos atendimentos preventivos de pacientes brasileiros. O deputado reconheceu que o impedimento para o sucesso do Programa seja a falta de viabilidade estrutural e de recursos financeiros para a saúde no Brasil.
“Não sou contra os médicos cubanos. A minha crítica se deve a maneira como o programa foi criado e está sendo aplicado na saúde pública brasileira, um reflexo do desrespeito do governo federal para com o sistema de saúde, que em razão da falta de financiamento econômico para a gerência da mesma, o que tem gerado imensa insatisfação aos pacientes dependentes do SUS”, lamentou.
O deputado afirmou que nos últimos 10 anos foram desativados quase 200 mil leitos médicos no Brasil, resultando na qualidade duvidosa da saúde gratuita ofertada aos menos favorecidos economicamente.
A solução para o problema de infraestrutura no Piauí, respondendo questionamento do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Temístocles Filho (PMDB), seria a construção de no mínimo quatro unidades de pronto socorros na Capital, que deverá ser gerido com ajuda de recursos da União e não apenas do município.
Aparteando Ramos, o deputado Marden Menezes (PSDB) elogiou o discurso do socialista, embora também proferindo críticas ao Programa Mais Médicos, em função da inviabilidade estrutural e qualidade dos profissionais vindos de Cuba. Para ele, a medida provisória foi gerida num momento de crise do governo federal, por meio de estratégias paliativas e duvidosas.