O presidente Lula deixou explícita, na reunião com os comandantes das Forças Armadas, nesta segunda-feira, a sua crítica sobre a conduta dos militares nos atos terroristas, em Brasília. A principal queixa do presidente foi a demora para que as Forças Armadas agissem na Praça dos Três Poderes.
Desde domingo, quando passou a acompanhar os atos de vandalismo de bolsonaristas radicais, enquanto cumpria agenda em Araraquara (SP), o presidente reclamou para aliados da demora dos militares em agir.
Os comandantes Júlio Cesar de Arruda (Exército), Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) buscaram apresentar justificativas junto ao ministro da Defesa José Múcio. O principal argumento foi o de que eles tinham a informação de que a polícia do Distrito Federal agiria prontamente para conter golpistas, o que não aconteceu.
O presidente foi informado que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) convocou três vezes o batalhão do Exército para proteger o Palácio do Planalto, mas que, mesmo assim, o contingente foi insuficiente. Na conversa, os comandantes garantiram a Lula que, agora, as tropas estão “sob controle”. Sobre os acampamentos golpistas, prometeram que todos estariam encerrados até a noite desta segunda-feira, o que foi feito.
Múcio tem destacado nos bastidores que, diferentemente do governo Bolsonaro, não houve manifestações políticas de nenhum comandante das Forças.
Na reunião de Lula com governadores, na noite de segunda-feira, o ministro da Justiça Flávio Dino parabenizou as Forças Armadas por "não embarcarem no canto demoníaco do golpismo".