A economia colaborativa prospera de Seul a Nova York

Publicada em 08 de Maio de 2014 �s 13h30

Seul, na Coréia do Sul: mais recentemente, a prefeitura da capital da Coreia do Sul vem ganhando destaque na economia colaborativa. Nos últimos dois anos, o prefeito Park Won-Soon Imagem: Reprodu��o/ExameClique para ampliarSeul, na Cor�ia do Sul: mais recentemente, a prefeitura da capital da Coreia do Sul vem ganhando destaque na economia colaborativa. Nos �ltimos dois anos, o prefeito Park Won-Soon�De trem, metr� ou �nibus, os habitantes das grandes cidades est�o acostumados a compartilhar os meios de transporte. Mas em Seul, a capital coreana, a prefeitura decidiu dar um passo � frente. Montou uma frota de 500 carros el�tricos que est�o � disposi��o da popula��o em 292 esta��es espalhadas pela cidade. Em oito meses, o servi�o de compartilhamento de carros conseguiu atrair mais de 120 000 usu�rios. A inscri��o e a reserva dos carros s�o feitas online, e 1 hora de aluguel sai por menos de 20 reais. Quem prefere ficar com o autom�vel o dia inteiro paga cerca de 110 reais. saiba mais Morte de shoppings nos EUA acende alerta no Brasil Depois dos caf�s, Hard Rock planeja ter cinco hot�is no Brasil Emergentes criticam protecionismo do Brasil As empresas n�o sabem dar feedback, diz especialista Multicoisas � a melhor franquia do pa�s, segundo ABF Leia mais sobre Neg�cios Para enfrentar a falta de estacionamento, a cidade montou um programa que permite o aluguel de garagens no per�odo em que as pessoas est�o trabalhando. Desde que o prefeito Park Won-Soon tomou posse, em 2011, dividir � a palavra de ordem na metr�pole de 10 milh�es de habitantes. A prefeitura incentiva e mant�m postos de aluguel de ferramentas, brinquedos e at� ternos para quem precisa ir bem-vestido a uma entrevista de emprego. Cerca de 800 escrit�rios localizados em pr�dios p�blicos podem ser alugados para organizar encontros e palestras. A prefeitura de Seul tamb�m criou, no ano passado, uma incubadora e come�ou a dar um selo de aprova��o oficial para empreendedores da economia compartilhada. Como parte dessas iniciativas � gerenciada por aplicativos, o fato de se tratar de Seul faz toda a diferen�a. Mais da metade da popula��o coreana tem smartphones, e a penetra��o de banda larga � a maior do mundo. Todos esses programas inovadores foram inspirados no que vem sendo chamado de economia colaborativa (collaborative economy ou sharing economy, em ingl�s). Para um grupo crescente de pessoas, ter acesso a bens e servi�os � melhor do que possu�-los. De forma mais ampla, esse conceito tamb�m inclui sites e aplicativos que transformam consumidores em vendedores e provedores de servi�os. Em sites de leil�o, eles vendem produtos novos e velhos. Em sites como o AirBnB�, alugam casas e apartamentos para turistas. Na esfera p�blica, o centro das aten��es est� em Seul, cidade com o maior n�mero de programas da sharing economy. No setor privado, a meca da economia colaborativa fica na regi�o de S�o Francisco, nos Estados Unidos, de onde sa�ram v�rias das startups que agora se espalham por todas as partes. Muitos programas governamentais e novos neg�cios tiveram a mesma origem: surgiram para tentar resolver problemas provocados pela crise global de 2008. Com menos dinheiro no bolso, as pessoas foram incentivadas a economizar em �reas �s quais nem sempre prestavam aten��o. At� mesmo as roupas entraram no jogo — por que comprar uma nova se d� para trocar? Em Barcelona, a prefeitura fundou o Banco de Tempo, programa que permite �s pessoas dar e receber treinamento sem envolver nenhum tipo de pagamento. Funciona da seguinte forma: quem sabe um idioma estrangeiro ou faz programa��o de software, por exemplo, d� aulas, acumula horas e depois as usa como cr�dito para assistir a um curso sobre qualquer tema de seu interesse. Em toda a Espanha, onde a popula��o sofre com altas taxas de desemprego, j� h� mais de 300 bancos de tempo. At� o momento n�o existe um n�mero confi�vel sobre o tamanho da economia colaborativa em escala global. No segmento de compartilhamento de carros, estima-se que 1,7 milh�o de pessoas fa�am uso do servi�o em 27 pa�ses. Uma pesquisa com um escopo mais amplo foi feita de outubro a dezembro de 2013 nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Canad� pelas empresas de mar�keting Vision Critical e Crowd Companies. Mais da metade dos brit�nicos, 41% dos canadenses e 39% dos americanos disseram j� ter usado sites ou aplicativos ligados � economia colaborativa, como o Uber, que permite �s pessoas transformar seus carros em t�xis, ou o thredUP, que facilita a troca de roupas usadas. Mais revelador do que o tamanho dessa nova tend�ncia � o fato de 91% de todos os entrevistados dizerem que recomendariam o �ltimo servi�o colaborativo que utilizaram. At� pouco tempo atr�s havia grande d�vida a respeito da disposi��o das pessoas para estabelecer rela��es comerciais com estranhos pela internet. Como indica o resultado da pesquisa, a evolu��o de mecanismos de reputa��o online e de avalia��o de usu�rios e as redes sociais t�m contribu�do para o aumento da percep��o de seguran�a. “Os servi�os da economia compartilhada est�o mudando a maneira como encaramos os neg�cios virtuais. Com seus v�rios sistemas de avalia��o, eles est�o criando um grande clima de confian�a”, diz Steven Strauss, professor de pol�ticas p�blicas da Universidade Harvard. Nesse sentido, nenhum outro exemplo � mais ilustrativo do que o �AirBnB. O site une milh�es de turistas a 600 000 interessados em alugar seus apartamentos e suas casas em 160 pa�ses. Ap�s uma capta��o de recursos no m�s passado, a empresa foi avaliada em 10 bilh�es de d�lares. V�tima do pr�prio sucesso, virou alvo das autoridades na cidade de Nova York, que pro�be o aluguel de casas e apartamentos por um per�odo inferior a 30 dias. (A lei n�o atinge fam�lias que moram numa casa e alugam um ou mais quartos.) Imagem: Reprodu��oClique para ampliarBlecharczyk, Chesky e Gebbia, da Airbnb: o site que permite alugar im�veis para turistas, faz tanto sucesso que seus s�cios est�o sendo investigados em Nova York por, supostamente,O medo das autoridades � que propriet�rios de v�rios im�veis decidam alugar por curtas temporadas a turistas e acabem diminuindo a oferta de casas para inquilinos que moram na cidade — 30% dos inscritos no AirBnB em Nova York t�m mais de um im�vel. Al�m disso, quem aluga pelo AirBnB n�o paga imposto como os hot�is e nem sempre respeita a lei de zoneamento, que pro�be atividade comercial. Para o economista americano Jeremy Rifkin, autor do rec�m-lan�ado The Zero Marginal Cost Society (“A sociedade do custo marginal zero”, numa tradu��o livre), problemas regulat�rios como esse n�o devem barrar o crescimento da economia colaborativa. Entusiasta do assunto, Rifkin argumenta que iniciativas adotadas por prefeituras e o surgimento de mais empresas como o AirBnB dever�o ser alguns dos motores de uma nova fase do capitalismo, uma �poca marcada pela queda continuada do pre�o de produtos e servi�os. Gra�as � populariza��o da internet, sites e �rg�os p�blicos est�o conseguindo unir oferta e demanda com custos baix�ssimos. Caso essa tend�ncia ganhe for�a, o que para Rifkin � uma certeza, mais setores dever�o sentir os efeitos da economia colaborativa. Seus defensores at� podem ter ideais meio “paz e amor”, mas que ningu�m se engane: a collaborative economy tem uma grande capacidade de destruir neg�cios tradicionais. Que o diga o setor hoteleiro. Em um ano, os hot�is de Nova York perderam 1 milh�o de di�rias para o AirBnB.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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