Obama em evento na Casa Branca: inspiração para Capitão América
Obama em evento na Casa Branca: inspiração para Capitão América No mais recente thriller da Marvel, o Capitão América combate uma organização criminosa infiltrada nos mais altos níveis do governo americano. Há ataques de mísseis, perseguições de carros, explosões enormes, assassinos maquiavélicos, supercomputadores e drones gigantes prontos para destruir milhões de pessoas. Sua inspiração? O presidente Barack Obama, o candidato otimista da esperança e da mudança. Com cinco anos e meio na Presidência, Obama tem tido forte impacto sobre a cultura popular do país. Mas o que muitos roteiristas, escritores e artistas mais aproveitam não é a história inspiradora do primeiro presidente negro. Em vez disso, encontraram linhas de histórias no mais sombrio legado de Obama. — Estávamos tentando encontrar uma ponte para os mesmos tipos de perguntas que Obama tem de enfrentar — disse Joe Russo, que com seu irmão, Anthony, dirigiu “Capitão América: O Soldado Invernal”. — Se você diz que com um ataque de drones podemos erradicar um inimigo do Estado, quer dizer que com cem ataques de drones podemos erradicar 100? Com mil, podemos erradicar mil? Em que ponto parar? Além de “Capitão América”, um festival de filmes, livros, peças de teatros, programas de televisão e pinturas têm utilizado em suas narrativas da realidade as sombras da Presidência de Obama. A operação que levou à morte de Osama bin Laden é a base para as ações do presidente fictício Ogden nos quadrinhos Godzilla.Vários episódios de “The Good Wife” apresentam escutas misteriosas dos principais personagens da Agência de Segurança Nacional. Em Nova York, dramaturgos exploram a decepção no ritmo de mudança social na América de Obama. A indústria de relações públicas da Casa Branca tenta controlar a imagem e o legado de Obama, mas não há nada que possa fazer para impedir a interpretação artística de suas políticas. Após herdar um sistema de vigilância e aparato de segurança pós-ataques de 11 de Setembro, Obama recuou em algumas áreas e expandiu outras. Artistas têm se centrado principalmente nas revelações de espionagem da NSA divulgadas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden e na lista de alvos terroristas dos drones americanos. — A guerra dos drones realmente é uma das políticas externas que levam a assinatura de Obama — disse Trevor Paglen, fotógrafo cujas imagens difusas de drones voadores são expostas em galerias ao redor do mundo. — Vivemos um momento caracterizado pela vigilância em massa. Acho que a arte pode nos ajudar a chamar a atenção para certas coisas. Ela pode contribuir para o vocabulário cultural que usamos. Ex-presidentes também já viram suas ações refletidas na cultura do dia a dia. A cruzada de Ronald Reagan contra o comunismo na América Central inspirou filmes dos anos 1980 como “Red Dawn”. A Casa Branca de Bill Clinton, por sua vez, apareceu na série da NBC “West Wing”, e o affair com a estagiária Monica Lewinsky foi um enredo irresistível para tudo, de histórias em quadrinhos a romances. A diferença para o caso de Obama é a dissonância entre o que seus eleitores esperavam e o que agora veem.