Prováveis adversários na sucessão presidencial, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, irão dividir o palanque em eventos realizados nesta terça-feira (16) em Pernambuco. É a primeira vez que ambos estarão lado a lado desde que o PSB rompeu com o PT para iniciar a construção da candidatura de Campos, em setembro deste ano.
A presidente participará da cerimônia de conclusão das obras de uma plataforma de petróleo complexo de Suape e visitará a refinaria Abreu e Lima, que está em obras e também integra o complexo.
Há a expectativa que Dilma anuncie investimentos federais na área de mobilidade urbana. Entre os anúncios esperados, está a licitação do Arco Metropolitano do Recife, rodovia que ligará o litoral sul ao polo automotivo do norte de Estado. Com custo estimado em R$ 1,5 bilhão, a obra passará por fora da capital e ajudará a desafogar o tráfego da BR-101.
No mesmo palanque, Dilma e Campos devem disputar, de forma velada, a paternidade do Arco Metropolitano. Mesmo antes do rompimento do PSB, petistas já reclamavam que o pernambucano tentava capitalizar para si as obras realizadas no Estado, sem dividir os louros com o governo federal.
Ontem (16), em entrevista coletiva, Campos negou haver desconforto em receber Dilma. "Será uma relação como sempre foi: cordial, fraterna e institucional. Ela vai ser recebida aqui como sempre recebemos: com muita atenção, com o respeito que sempre tivemos não só pela pessoa da presidenta em quem votamos, como também por ela ser a presidenta da República de todos os brasileiros, como é próprio da nossa tradição."
O encontro acontece a sete meses do início da campanha eleitoral. No 5º Congresso do PT, realizado entre quinta-feira e sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente selou a candidatura da presidente ao discursar para cerca de 600 delegados. "Temos uma responsabilidade e é reeleger esta companheira como presidente da República", disse.
A candidatura de Campos também está consolidada dentro do PSB. No domingo (15), a ex-senadora Marina Silva, recém-filiada à sigla socialista, reforçou a candidatura do pernambucano, ao discursar, ao lado de Campos, em encontro com a militância da Rede. "Essa candidatura continua e é com ela que dialogamos."
Ontem (16), o deputado federal Roberto Freire, presidente do PPS, desembarcou no Recife para selar o apoio da sigla a Campos.
Aécio lança "programa"
Também com a candidatura à Presidência cada vez mais fortalecida, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lançará hoje, em Brasília, um documento com as bases do programa da sigla para a disputa de 2014. A apresentação será às 14h30, na Câmara dos Deputados.
No documento, os tucanos centrarão forças contra o PT, ao acusarem o partido rival de afrontar o Judiciário por fazer críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão.
Nas últimas semanas, Aécio decidiu adotar de vez postura de candidato. O senador viajou por vários Estados, mas focou cidades do interior de São Paulo, reduto do seu adversário interno, o ex-governador José Serra. Em Sorocaba (99 km de São Paulo), no último dia 7, declarou: "Me ajudem a vencer em São Paulo que eu ganho as eleições no Brasil."
Na véspera do lançamento das bases programáticas de sua candidatura, Aécio ganhou uma boa notícia: ontem à noite, José Serra usou o Twitter e o Facebook para fazer a declaração mais enfática até agora de que não deverá candidato à sucessão presidencial. E, de quebra, pediu para que a cúpula do PSDB formalizem a candidatura de Aécio.
"Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente", escreveu.
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