Turistas procuram bairros nas proximidades do Maracanã
Imagem: G1Turistas procuram bairros nas proximidades do Maracanã
A duas semanas para o início da Copa do Mundo, os preços das diárias de imóveis de temporada no Rio estão 25% mais baratos do que os praticados no início do ano. Do total de imóveis à disposição para a Copa, 15% ainda estão disponíveis, segundo levantamento realizado com exclusividade para o G1 pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ).
Na reta final para a festa, turistas brasileiros são os que mais procuram apartamentos e casas para alugar. A Tijuca e bairros vizinhos da Zona Norte, como Vila Isabel, São Cristovão e Rio Comprido, apresentaram um aumento de até 60% na oferta de imóveis. A proximidade do estádio do Maracanã é o principal atrativo. saiba mais MP do Trabalho vê pressão dos grevistas devido à Copa. Dilma diz ao PT que fará regulação econômica da mídia Governo lança guia de proteção ao consumidor na Copa Copa do Mundo faz salários subirem até 28%, diz pesquisa Polícia de SP recebe treinamento do FBI para controlar distúrbios Leia mais sobre Copa do Mundo 2014
Os preços das diárias no entorno do estádio chegam a custar 30% a mais que em bairros próximos. A região conhecida como Grande Tijuca é a mais procurada para o período do Mundial, seguida apenas por Copacabana, na Zona Sul. "Tradicionamente a Zona Norte não é usada para temporada, mas muita gente fez a oferta pela proximidade do Maracanã e as facilidades de ir ao estádio à pé, de metrô e até de ônibus", afirmou Darlan de Souza, conselheiro do Creci.
A expectativa é que até a abertura, no dia 12 de junho, os 15% de imóveis restantes estejam totalmente alugados. "Os estrangeiros que estarão no Rio para assistir e trabalhar na Copa já garantiram a hospedagem na cidade há cerca de um ano", avalia Souza.
Queda de preços
Quem colocou os imóveis para alugar a preços altos, pensando em aumentar a renda, agora está reduzindo os preços. Um dos exemplos é um imóvel, em Vila Isabel, que no início do ano valia R$ 60 mil e, faltando 15 dias para a abertura do torneio, está cotado a R$ 45 mil.
De acordo com o conselheiro do Creci, os turistas estrangeiros preferem fazer reservas com antecedência e até pagar mais caro para garantir a hospedagem. Souza já faz uma projeção para o próximo evento no Brasil, os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio. "A Zona Oeste, na Barra e Jacarepaguá, terá a mesma proporção de procura que estamos vendo agora na Zona Norte com a Copa, já que muitos jogos serão disputados na região", prevê.
Torcedores do Nordeste, Sul e Centro-Oeste são os que mais procuram imóveis por temporada na cidade, segundo o Creci. Os mais desejados são apartamentos de dois quartos. Na Zona Sul, a diária de um conjugado custa entre R$ 450 e R$ 600, mesmos valores cobrados por um apartamento de um quarto na região da Tijuca e do Maracanã. Os imóveis mais baratos estão localizados no Centro, Glória e Catete, onde um quarto e sala pode ser alugado por até R$ 300 a diária. Em Ipanema e Leblon estão os mais caros. Um imóvel de dois quartos varia entre R$ 1,1 mil até R$ 2,3 mil.
Na Zona Norte, um apartamento de três quartos está cotado entre R$ 1,1 mil e R$ 2,5 mil. Um imóvel do mesmo tamanho está avaliado entre R$ 800 e R$ 1 mil , no Grajaú e Vila Isabel.
Em janeiro, o G1 procurou uma imobiliária na Ilha do Governador que oferecia pacotes especiais para temporada durante a Copa do Mundo. O dono da imobiliária, Almir da Cunha Gonzaga, lançou o pacote logo após o sorteio das chaves pela Fifa. Às vésperas da Copa, ele já começou a receber os turistas que vieram para o Rio assistir o evento. "Meus primeiros clientes chegaram no último sábado. São uma família de filandeses que está hospedada na Barra da Tijuca" .
O empresário diz que está comemorando os contratos fechados para o evento. Segundo ele, já foram fechados contratos de 36 dos 50 imóveis disponíveis em oito bairros e muitas consultas e pedidos de orçamento estão em andamento. A maioria foi alugada para estrangeiros. "Meus clientes são da Europa, Estados Unidos, Ásia e Austrália. Muitas empresas que estão chegando para trabalhar. Não tenho a mínima dúvida de que vou alugar todos os imóveis. Foi um sucesso nosso projeto", explicou.
A diária mais barata praticada pela imobiliária é de R$ 800 e a mais alta de R$ 1, 5 mil. A estada mínima é de 20 dias e a máxima de 45 dias, informou Gonzaga. Ele acredita que os motivos da grande procura são os serviços incluídos na diária, como café da manhã, limpeza, transporte de ida e volta ao aeroporto, e advogados à disposição para emergências. Para atender aos turistas o empresário contratou mais 20 pessoas.