Imagem:
Embora tenha crescido fortemente nos últimos anos, o setor de comércio eletrônico ainda tem pouca participação dos brasileiros, segundo estudo da Mintel, multinacional fornecedora de inteligência de mídia e mercado.
O primeiro relatório feito pela empresa sobre e-commerce no Brasil aponta que 67% dos consumidores brasileiros não compraram nenhum produto via internet nos últimos 12 meses e que 9% adquiriram somente um item neste período. saiba mais Facebook compra LiveRail Brasil está mais conectado, mas velocidade da internet piora A internet profunda já é utilizada por dezenas de milhares de pedófilos UE vai se aliar à Coreia do Sul em corrida global do 5G Empresas aéreas investem em internet banda larga para voos Leia mais sobre Internet
Segundo o levantamento, o setor de vendas online de diárias de hotel e passagens é o que tem a maior penetração entre os brasileiros, com 14% dos consumidores afirmando que adquiriram esses itens nos últimos 12 meses.
As vendas relacionadas a eletroeletrônicos como TVs, computadores e telefones celulares também aparece no topo da lista, com penetração de 13%.
Na outra ponta, apenas 3% dos consumidores mencionam que fizeram alguma compra de comida ou bebida pela internet nos últimos 12 meses.
Crescimento de 250% em 5 anos
O relatório destaca que o setor de comércio eletrônico brasileiro cresceu 250% nos últimos 5 anos. O valor de mercado das empresas que atuam na área saltou de R$ 14,8 bilhões em 2008 para R$ 51 bilhões em 2013, segundo a Mintel. As empresas de venda de hotéis e passagens representam 50% do setor, com valor de mercado estimado em R$ 25,2 bilhões.
O estudo projeta que o setor irá ultrapassar a barreira dos R$ 100 bilhões em 2017, atingindo os R$ 102 bilhões, e chegando a R$ 115 bilhões até 2018.
“O crescimento econômico rápido, juntamente com a melhoria da acesso à internet no país, impulsionam o comércio eletrônico. As receitas impressionantes desse setor são comparáveis a áreas mais maduras e tradicionais da indústria brasileira, como alimentos e bebidas, e varejo de carros", diz Victor Fraga, analista sênior de Varejo, da Mintel.
Segundo ele, categorias como às ligadas ao turismo têm desempenho melhor do que outras pelo fato de que não necessitam de uma inspeção mais detalhada antes da compra.
"Como os varejistas nunca conseguirão ultrapassar totalmente essa barreira, eles poderiam adicionar imagens em 3D e fotos em alta resolução dos produtos, mas ainda serão sempre desprovidas de textura e cheiro. Para enfrentar essa situação, aplicativos mais complexos e melhorias logísticas - como mais horários flexíveis de entrega - também podem ser implementados. Mas o fato de que muitos dos consumidores têm comprado itens de vestuário e calçados on-line nos últimos 12 meses mostra que é possível superar essas barreiras”, sugere o analista.
Principais temores
O estudo mostra ainda que a maioria dos brasileiros não se preocupa com a autenticação de pagamento quando faz compra online. Porém há uma exceção. Um em cada quatro consumidores, 25%, cita que prefere não fazer compras nos websites de comerciantes que solicitam o número de CPF (Cadastro de Pessoa Física).
Os golpes online são o maior temor dos brasileiros. Entre os entrevistados, 30% afirmam que estão preocupados com fraudes quando fazem compras pela internet. Em seguida, aparecem como principais preocupações o receio de que o produto não seja original (22%) e da entrega demorar muito (19%). Apenas 3% responderam que preferem fazer compras na internet porque é mais seguro que ir às lojas pessoalmente.
O relatório informa também que 17% dos brasileiros mencionam que visitam sites de varejistas motivadas por anúncios no Facebook, tendência mais forte entre os clientes jovens.