Segundo o secretário de segurança do Piauí, Chico Lucas, 60% das pessoas vítimas de morte violenta no Piauí entre os anos de 2022 e 2023 já haviam sido presas. O dado indica a relação entre o envolvimento com a criminalidade que insere as pessoas em um contexto que leva a serem assassinadas.
Ele destaca, principalmente, a participação de homens jovens "no mundo do crime", e a importância de rapidez nos julgamentos tanto para a redução da criminalidade quanto na preservação da vida dessas pessoas.
"Recebemos algumas críticas dizendo que está tendo encarceramento excessivo. Mas, esses jovens, é melhor que eles fiquem presos, que eles cometerem crime violento. Porque eles deixam de matar e deixam morrer", comentou Chico Lucas.
Em entrevista à TV Clube nesta quarta-feira (4), o secretário comentou que a população carcerária do estado cresceu em mais de mil pessoas no período.
"Todos os dias, pessoas entram e saem, mas o universo de pessoas presas deu um salto de mais mil pessoas esse ano, fruto de operações, de cumprimentos de mandado de prisão", explicou.
Ainda segundo o secretário, as prisões ocorreram principalmente em operações policiais de combate a facções criminosas, em ações da Polícia Civil e mais especificamente do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), especializado no combate às facções.
Data Lei
O secretário comentou ainda a criação do Data Lei, uma ferramenta digital que unifica os dados dos habitantes do Piauí através dos institutos de identificação.
Os dados são fornecidos quando as pessoas fazem as novas carteiras de identidade. O sistema reúne dados de documentos, impressões digitais e biometria, que ficam à disposição da Justiça e das polícias.
Até o momento, cerca de 300 mil pessoas, ou 10% da população, já tiveram seus dados inseridos. O secretário espera ainda que essas informações possam ser usadas por câmeras inteligentes, de televigilância.
"Não adiantava eu fazer um investimento em câmeras sem ter um banco de dados robusto", explicou o secretário.